Santo Tirso cria Confraria para defender o apreciado pastel jesuíta

Os célebres `jesuítas` de Santo Tirso ganham hoje à noite um novo estatuto com a criação de uma confraria, que pretende preservar as características deste doce tradicional cujas origens remontam a finais do século XIX.

© 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A. /

A cerimónia de escritura da constituição da Confraria do Jesuíta, um pastel folhado com um `chapéu` de açúcar e claras, vai decorrer às 21:30, no Salão Nobre do edifício da Câmara Municipal.

Esta confraria, com sede em Santo Tirso mas de âmbito nacional, visa "defender e divulgar a gastronomia e doçaria regionais, especialmente o famoso jesuíta".

Segundo a vereadora da Cultura da Câmara de Santo Tirso, Júlia Godinho, não há dados escritos relativos à história deste pastel, mas o que passa de boca em boca é que a sua criação em Santo Tirso data de 1892, quando é contratado um cozinheiro espanhol para a pastelaria Moura.

"Poderá haver uma ligação do nome do bolo aos padres jesuítas, porque se pensa que o pasteleiro terá exercido funções de cozinheiro naquela ordem religiosa em Espanha", acrescentou a vereadora.

A verdade é que, nas campanhas eleitorais, quando os diversos candidatos visitam Santo Tirso, torna-se quase obrigatório fazer uma paragem na pastelaria Moura para apreciar os célebres jesuítas.

"O Drº Mário Soares não perdoa uma paragem" sempre que visita o concelho, afirmou Júlia Godinho.

A pastelaria Moura tem registada a patente dos seus jesuítas e apresenta-os aos clientes diariamente pelas 11:00 e pelas 15:00, em número suficiente para dar resposta às encomendas e. pouco mais.

Segundo a vereadora, relativamente ao jesuíta, é preciso fazer justiça à pastelaria Moura, porque foi lá que nasceu o pastel, que continua a ser produzido de acordo com as antigas técnicas de produção e com a mesma qualidade.

"O jesuíta tem projectado o nome do concelho de Santo Tirso", disse, acrescentando que a pastelaria Moura será confrade fundadora desta confraria.

Promover conferências e passeios culturais sobre o jesuíta, organizar concursos para eleger e premiar os melhores profissionais na área e organizar recepções, banquetes, reuniões e manifestações similares assegurando a genuinidade dos produtos e a sua confecção são outros objectivos desta nova confraria.

De entre os mais de 30 confrades fundadores surge o nome do histórico social-democrata Eurico de Melo, o presidente da Câmara, Castro Fernandes, o médico Joaquim Faria de Almeida e o advogado Miguel Moreira Dias.

PUB