"O tráfico humano é um dos crimes mais atrozes da actualidade". Quem o diz é o diretor de investigação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Gonçalo Rodrigues, em entrevista exclusiva ao programa "Olhar o Mundo", a emitir sábado na RTP3.
"O SEF sempre encarou a imigração como um bem para o país, um bem para Portugal e uma das vantagens que lhe permite obter bons resultados é o humanismo, é o carárater humanista da formação dos inspetores do SEF", afirmou à RTP o Diretor de Investigação.
"O objectivo é conciliarmos a eficácia com o humanismo e a segurança",sublinhou.
Após revelar que o SEF prendeu no ano passado 20 indivíduos envolvidos no tráfico humano, assegurou que os seus serviços consagram como prioritário o combate a esta criminalidade específica.
"Tendo a noção que os aeroportos portugueses estavam a ser utilizados para tráfico de menores do norte de África para países europeus, o SEF desenvolveu uma estratégia que consideramos que terá bons resultados, articulando de uma forma mais eficiente os efetivos do aeroporto de Lisboa com a Direção Central de Investigação, envolvendo o Departamento de Ação e Investigação Penal de Lisboa. Neste momento posso revelar que o DIAP terá a trabalhar com a equipa do SEF um procurador dedicado a esta matéria".
Confrontado pela RTP com críticas ao tempo de espera verificado em alturas de maior fluxo de desembarque de passageiros de voos internacionais, nos principais aeroportos portugueses, Gonçalo Rodrigues, contextualizou o problema: "A pressão é muito grande para que façamos um trabalho célere para que as filas diminuam. O nosso objetivo é que esse facto, essa pressão comercial, não nos atordoe, não nos iniba de fazermos o nosso trabalho corretamente. Seria muito mau que se, com o objectivo de diminuirmos drasticamente o tempo de espera, facilitássemos no controlo de segurança".
Um entrevista realizada por António Mateus com imagem de Manuel dos Santos.