A revelação foi feita na Assembleia Legislativa dos Açores, pelo secret ário regional da Economia, durante uma interpelação ao Governo pelo Grupo Parlam entar do PSD, relacionada com os transportes marítimos.

Segundo o governante, o navio "Bahia de Málaga", que está a sofrer melh oramentos no Estaleiro de Viana do Castelo, não estará operacional nos mares da Região até 03 de Julho, data prevista no caderno de encargos do concurso que adj udicou o serviço público no transporte marítimo de passageiros e viaturas nas il has.

Duarte Ponte disse ainda que este atraso deverá originar a aplicação de novas "multas" por parte do Governo Regional à empresa encarregue de efectuar o serviço.

O atraso é um novo contratempo nas ligações marítimas de passageiros no s Açores, depois do atraso de 16 dias na entrada em funcionamento do primeiro na vio, o "Ilha Azul", que deveria ter iniciado a operação a 01 de Junho.

Atrasos que são justificados pelo governante, com a "estrutura frágil" da Transmaçor, "para fazer face ao projecto que se abalançou".

Recorde-se que a empresa, na qual o Governo detém 20 por cento do capit al social, operava até agora com pequenas embarcações, apenas nas ilhas do Grupo Central.

A Transmaçor foi a única candidata ao concurso público lançado pelo Gov erno Regional no início do ano, para assegurar as ligações marítimas de passagei ros e viaturas entre as nove ilhas do arquipélago.

O Grupo Parlamentar do PSD quis interpelar o Governo socialista sobre e sta matéria, por entender que o Executivo fez um concurso "à medida" da empresa.

O PS e o Governo negam e dizem que todas as empresas que levantaram o c aderno de encargos do concurso tiveram as mesmas possibilidades.

Essa é também a conclusão do relatório elaborado pela Comissão Permanen te de Economia da Assembleia Legislativa dos Açores sobre esta matéria, que ilib a o Executivo de quaisquer responsabilidades.

O documento refere que o Governo "cumpriu todos os procedimentos legais " durante este processo.

A Transmaçor vai receber dos cofres da Região, nos próximos quatro anos , cerca de 16,8 milhões de euros, a título de subsídio à exploração, ao combustí vel, às taxas portuárias e ainda por via dos acordos para redução de tarifas par a o turismo jovem e sénior.