País
Sexta às 9. Um elenco de dificuldades que impedem funcionamento dos lares
São muitos os fatores que convergem para que o sistema de cuidados aos idosos que vivem em lares não funcione. Devido à falta de estabelecimentos, de auxiliares, de formação, de fiscalização aos maus tratos e até de investimento público numa área tão sensível, o idoso é sempre relegado para o fim de linha num ciclo vicioso que o mantém completamente desprotegido.
Atualmente Portugal tem mais de dois milhões de pessoas idosas. E há mais lares ilegais do que legalizados.
Em 2050, o país terá o dobro de pessoas dementes. Cerca de quarenta e duas por cada mil habitantes, uma das piores previsões do mundo.
Mas não apenas nesta categoria. Também estamos na cauda da OCDE na falta de investimento público a este setor. Por contraponto aos países nórdicos, que investem 3 a 4% do PIB em cuidados continuados à terceira idade, Portugal investe meio por cento.
Por tudo isto, idosos, diretores de lares, assistentes sociais e investigadores confessam que os governantes portugueses têm preferido fingir que o drama não existe, atirando estas pessoas para trás de um muro onde ninguém se importa, porque ninguém os vê.