Sindicatos de enfermeiros admitem regressar à greve

por RTP
Os sindicatos querem garantir que “os saldos salariais na categoria do enfermeiro” não diminuem Rodrigo Antunes - Lusa

Os enfermeiros ameaçam com uma greve, entre os dias 22 e 25 de janeiro, caso não cheguem a acordo prévio com o Governo para uma “justa” contagem dos pontos para efeitos de descongelamento dos escalões, as condições remuneratórias dos enfermeiros especialistas e a admissão de 1500 novos enfermeiros em 2019. Os sindicatos dos enfermeiros estão a ser recebidos por uma comissão negociadora do Governo.

O aviso foi do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, que esta manhã estiveram reunidos com uma comissão negociadora do Governo, sem a presença da ministra da Saúde.

Os enfermeiros querem soluções até dia 11 de janeiro, quando se realiza a próxima ronda negocial com o Governo. Caso contrário, prometem avançar para a greve.

No entanto, a greve não está concertada com os restantes sindicatos, o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, que durante a tarde vão ser recebidos na Administração Central do Sistema de Saúde.

“A questão mais forte colocada pelo Governo foi a possibilidade de aceitar a introdução da categoria de enfermeiro especialista”, admitiu José Carlos Martins.

No entanto, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses nota que “o Governo não evoluiu de posição quanto à valorização económica de toda a grelha salarial e, por outro lado, também não admite a possibilidade de termos condições de aposentação mais cedo”.

Os sindicatos querem garantir que “os saldos salariais na categoria do enfermeiro” não diminuem.

“A resolução disto é central e tem de ser prévia à própria conclusão da discussão da carreira, senão é uma falácia fazer cálculos salariais. Não podemos fazer transição de carreira, transições salariais, sem perceber em que escalão os enfermeiros estão”, disse José Carlos Martins.

Estas são duas das três reivindicações que motivaram a convocação de greve para o dia 7 deste mês e 20 de fevereiro, posteriormente desconvocada como sinal de boa vontade para as negociações.

Continua prevista uma nova greve para o dia 14. As paralisações dos enfermeiros já levaram ao adiamento de 10 mil cirurgias.
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