Site português de segurança on-line identifica 256 casos de pornografia infantil em 2007 - responsável
Lisboa, 17 Jan (Lusa) - A linha portuguesa para denúncia de conteúdos ilegais na Internet identificou no ano passado 256 casos de pornografia infantil e 33 sites com conteúdos racistas e xenófobos, revelou à Lusa um responsável da linhaAlerta.internetsegura.pt.
De acordo com Lino Santos, da direcção técnica da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), o site "linhaAlerta.internetsegura.pt" - onde qualquer pessoa pode denunciar conteúdos ilegais na Internet - teve 212.385 visitas desde a sua activação, em finais de Junho passado, e registou 1.226 denúncias.
O responsável explicou à Lusa que do total das denúncias foram aceites "300 de conteúdos ilícitos", nomeadanente "256 casos de pornografia infantil, 33 sites com conteúdos xenófobos ou racistas e 11 de violência extrema".
"Das 1.226 denúncias recebidas faltam analisar 33. Das 300 [denúncias] aceites já estão todas concluídas, ou seja, já foram enviadas para as autoridades nacionais ou parceiros da associação internacional INHOPE, que reúne serviços congéneres de todo o Mundo", acrescentou.
Esta rede internacional integra actualmente 30 linhas de atendimento de denúncias em mais de 27 países europeus e não europeus como a Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, Islândia, Japão, Taiwan e Estados Unidos.
As denúncias feitas no site português especializado em segurança on-line são primeiro tratadas por operadores especializados - que fazem uma primeira triagem - para verificar se realmente se trata de conteúdos ilegais e determinar a origem do conteúdo.
Se os conteúdos ilegais forem portugueses, a denúncia é comunicada de imediato às autoridades nacionais. Caso estes forem oriundos de um servidor no estrangeiro, o site português (que está ligada à rede europeia) contacta a respectiva rede para que esta faça a denúncia às autoridades daquele país.
Lino Santos adiantou também à Lusa que dos 300 conteúdos ilegais detectados "37 estavam alojados em servidores nacionais e 263 em servidores estrangeiros".
"Desses conteúdos 58 estavam escritos em português", acrescentou o especialista da FCCN.
De acordo com Lino Santos, este serviço - integrado no programa europeu "Safer Internet Plus" - um plano de acção para a promoção de uma utilização segura da Internet e das novas tecnologias - está a ter "uma grande aceitação junto dos parceiros, que interessa alargar neste momento".
"O balanço do projecto é muito positivo, embora ainda exista algum trabalho a fazer junto dos ISPs [Fornecedores de Serviços para a Internet] para optimizar o processo de remoção ou de bloqueio de acesso a este tipo de conteúdos", explicou.
"Nesse sentido a FCCN lançou o desafio aos ISPs nacionais para assinarem protocolos sobre esta matéria ou outras que dizem respeito à segurança das redes e da informação", acrescentou Lino Santos.
SK.
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