Sócrates considera relação entre Portugal e Espanha uma prioridade económica

O primeiro-ministro português, José Sócrates, disse hoje que as relações luso-espanholas são uma prioridade da política económica portuguesa, nas vésperas da sua primeira visita oficial ao estrangeiro, a Madrid.

Agência LUSA /

Numa entrevista à agência de notícias espanhola EFE, Sócrates afirma: "Não é por acaso que a minha visita oficial ao exterior, desde que fui eleito primeiro-ministro, é a Espanha". Mostra que Espanha é uma "prioridade clara" para a política económica nacional, acrescenta.

Sócrates vai a Madrid na próxima terça-feira, naquela que é a sua primeira visita oficial ao estrangeiro, depois de ter sido eleito primeiro-ministro de Portugal em Fevereiro.

Durante a campanha eleitoral, Sócrates afirmou que a sua primeira prioridade era Espanha, a sua segunda prioridade era Espanha e a sua terceira prioridade também era Espanha, recorda o chefe do executivo português.

Hoje reforçou esses objectivos, dizendo que vai fazer uma "forte aposta em Espanha, em nome dos interesses portugueses".

Essa aposta justifica-se porque, segundo o primeiro-ministro, "a economia espanhola está a crescer a bom ritmo, acima da média europeia, e isso interessa a Portugal".

Na sua opinião, as relações luso-espanholas "não podem estar condicionadas pela cor política do governo ou pelas suas ideologias", pelo que o Executivo que chefia pretende dar continuidade às relações que têm vindo a ser desenvolvidas pelos anteriores governos.

No entanto, Sócrates não deixa de dizer que tendo agora Portugal e Espanha governos socialistas espera que seja possível tirar partido dessa "união política".

Em relação aos acordos concretos já estabelecidos entre os dois países, como a criação do Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) e o traçado ferroviário de alta velocidade (TGV), Sócrates diz que "é muito importante manter os calendários para dar credibilidade às decisões tomadas".

O primeiro-ministro português está ainda confiante que os espanhóis vão apoiar a candidatura de António Guterres ao cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os refugiados, já que tanto "Zapatero [primeiro-ministro espanhol] como o ministro dos Negócios Estrangeiros, Miguel Angel, são amigos de Guterres".


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