Surto de gripe entope as Urgências dos hospitais públicos

por Eduardo Caetano, RTP
Portugueses engripados entopem urgências hospitalares RTP

As Urgências dos Hospitais públicos da região de Lisboa estão entupidos, com grandes períodos de espera e tudo devido a um surto de gripe.

As urgências dos hospitais públicos na Grande Lisboa estão a ter uma procura acima do normal.

Ainda não é considerado pico da situação mas o facto é que cada vez mais as Urgências têm dificuldade de atender as pessoas que aí têm acorrido.

O Hospital Amadora-Sintra regista um tempo de espera de 12 horas para os casos urgentes e muito urgentes e os casos menos graves só vão ser atendidos este sábado.

No hospital de Santa Maria, os tempos de espera no serviço de urgência variam entre as duas e as 5 horas.

No São José, os casos menos urgentes tiveram que aguardar, durante a noite, mais de 9 horas para serem atendidos.

A Direcção-Geral da Saúde recomenda que só recorram às urgências hospitalares as pessoas com necessidade absoluta.

Francisco George alerta que a urgência hospitalar deve ser um último recurso e só quando o doente sinta uma "necessidade absoluta".

Antes disso, o doente deve consultar o seu médico de família ou assistente e, quando isso não for possível, ligar para a linha Saúde 24.

Os portugueses têm recorrido a este serviço telefónico e na última semana registou-se um aumento do número de chamadas.

Sérgio Gomes, responsável pelo serviço, informa que "recebemos normalmente cerca de 1.500 chamadas diárias e estamos actualmente a receber 1.800".

Os profissionais da Saúde 24 que atendem os doentes tentam que eles fiquem em casa "sempre que não revelem sintomas que indiquem a necessidade de assistência médica".

O padrão respiratório é o que regista mais motivos de telefonemas para a Saúde 24, muito devido à actividade gripal que actualmente se regista.

Francisco George confirma isso mesmo, afirmando que a actividade gripal, "embora com uma expressão moderada, apresenta já um nível epidémico".

Situação já era esperada

Mário Carreira, da direcção geral da Saúde diz que a grande afluência aos hospitais se deve ao surto de gripe, e que o pico máximo ainda não foi atingido.

«A Direcção-geral de Saúde já estava à espera desta afluência há algumas semanas. Todos os dados indicavam que esta situação iria acontecer durante os períodos epidemicos de gripe», revela o coordenador Mário Carreira.

«Historicamente é muito dificil os cuidados de saúde conseguirem responder a uma procura tão elevada. Tem havido dias em que a afluência que ocorreu é mais de 50 por cento em relação à ocorrência estrada, isto quer nos centros de saúde, quer nos hospitais, portanto não há uma dificuldade de resposta por parte dos cuidados de saúde primários, há uma sobrecarga generalizada da procura sobre todos os cuidados de saúde», acrescentou em declarações à TSF.
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