Suspensão do projecto implicaria perda 383,38 milhões de euros em fundos comunitários - RAVE

Lisboa, 16 Jan (Lusa) - A suspensão do projecto de alta velocidade ferroviária, proposta pelo PSD, implicaria a perda de fundos comunitários no valor de 383,38 milhões de euros, segundo dados disponíveis no "site" da RAVE, empresa responsável pelo projecto.

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O investimento no projecto português de alta velocidade, que a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirmou que riscará no caso de formar Governo, ascende a 8,2 mil milhões de euros (3,8 mil milhões de euros para a linha Lisboa-Porto, 3 mil milhões para a linha Lisboa-Madrid, 0,8 mil milhões para o troço Braga-Valença da linha Porto-Vigo e 0,6 mil milhões para a sinalização), de acordo com as informações disponíveis na página de Internet da RAVE.

O projecto será financiado em 36 por cento pelo Estado, em 45 por cento por investidores privados e em 19 por cento por fundos comunitários.

Para o período 2007-2013, a Comissão Europeia atribuiu ao projecto português, no âmbito da Rede Transeuropeia de Transportes (RTE-T), 383,38 milhões de euros, que se não forem aplicados serão perdidos.

Também para o período 2007/2013, o projecto português tem assegurado o financiamento de 955 milhões de euros no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

O modelo de negócio do projecto prevê que o Estado comece a pagar a rede de alta velocidade em 2013, quando a linha entrar em funcionamento.

No entanto, o Estado vai investir, a partir deste ano e até 2013, 137 milhões de euros no troço Poceirão-Caia, o primeiro lançado, e orçado em 1.450 milhões de euros.

Entre 2001 e 2007, a RAVE gastou 74,1 milhões de euros em estudos, de acordo com o relatório e contas da empresa.

Na linha Lisboa-Madrid, o contrato de concessão para a construção e exploração do troço Poceirão-Caia, o primeiro concurso lançado, deverá ser assinado em Setembro, enquanto o concurso para o troço Poceirão-Lisboa deverá ser lançado em Fevereiro.

Os concursos para os dois troços da linha Lisboa-Porto (Lisboa-Pombal e Pombal-Porto) serão lançados durante o primeiro semestre deste ano, enquanto que durante o segundo semestre será lançado o concurso para o troço Braga-Valença, segundo o calendário do Governo.

De acordo com o calendário do Governo, no primeiro semestre deste ano será lançado o concurso para a aquisição do material circulante (comboios), que terá uma duração de cerca de 18 meses.

Os prazos definidos pelo Governo português prevêem a entrada em funcionamento da linha Lisboa-Madrid em 2013 e da linha Lisboa-Porto em 2015.


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