Tancos. António Costa responde a 100 perguntas por escrito

por Antena 1

O primeiro-ministro António Costa tem 15 dias para responder a 100 perguntas sobre o roubo de armas em Tancos. A lista de perguntas que o juiz Carlos Alexandre fez ao primeiro-ministro já está no gabinete do chefe do executivo.

Inicialmente, o juiz pretendia que o primeiro-ministro fizesse um depoimento presencial, mas esta segunda-feira foi conhecido um despacho em que Carlos Alexandre admite uma resposta por escrito.

No questionário, a que a RTP teve acesso, o juiz pergunta a Costa se conhecia as condições de segurança dos paióis nacionais em Tancos, e questiona o primeiro-ministro sobre quando soube do assalto e através de quem.
O juiz de instrução Carlos Alexandre quer saber se o primeiro-ministro, António Costa, falou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ou com algum elemento da Casa Militar da Presidência sobre a investigação ao furto de Tancos.

Carlos Alexandre pergunta ainda quando foi a primeira vez que falou com o então ministro da Defesa Azeredo Lopes sobre o furto. Azeredo Lopes é um dos 23 arguidos deste processo.

O juiz quer ainda saber se Costa sabia dos encontros entre Azeredo e Luís Vieira, que liderava a Polícia Judiciária Militar e se em algum momento percebeu que a recuperação das armas tinha sido encenada.

No extenso questionário, o magistrado interroga o primeiro-ministro de que forma, por quem e a que horas teve conhecimento da recuperação na Chamusca do material furtado em Tancos e se soube de que forma como ocorreu.

O primeiro-ministro tem agora 15 dias para responder por escrito ao tribunal.

O processo de Tancos tem 23 acusados, incluindo o ex-diretor nacional da Polícia Judiciária Militar Luís Vieira, que já foi inquirido nesta fase, o ex-porta-voz da PJM Vasco Brazão e o ex-fuzileiro João Paulino, apontado como cabecilha do furto das armas, que respondem por um conjunto de crimes que incluem terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.

O caso do furto das armas foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé.

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