Tancos. PJ desencadeia operação para capturar suspeitos do furto

por RTP
A operação da polícia de investigação criminal desenrolou-se no centro e no sul do país João Relvas - Lusa

A Polícia Judiciária pôs em marcha esta segunda-feira uma operação nas regiões Centro e Sul do país com vista à captura de suspeitos do furto de material de guerra dos Paióis Nacionais de Tancos. “Foram efetuadas oito detenções”, confirmou a Procuradoria-Geral da República. Em causa estão suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, bem como terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes.

Desencadeadas no âmbito da Operação Húbris II, as diligências da polícia de investigação criminal incluíram buscas, concentrando-se, segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República, “nas zonas Centro e Sul do país”.

A RTP apurou que foram cerca de 20 buscas, realizadas em Tomar, Aveiro e zona sul do país. Todos os detidos são civis, e entre ele estão os suspeitos que a Polícia Judiciária acredita serem os responsáveis pelo furto de armas em Tancos.

O inquérito investiga as circunstâncias em que ocorreu o furto de material de guerra, entre a noite do dia 27 e a madrugada do dia 28 de junho de 2017, no Paiol de Tancos. Entre o material furtado estavam granadas, explosivos e munições.

“Em causa estão factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, furto, detenção e tráfico de armas, terrorismo internacional e tráfico de estupefacientes”, refere a PGR.

A operação é da UNCT, Unidade Nacional Contra Terrorismo da PJ, mas foi apoiada por outras unidades da Judiciária. Um terço dos efetivos e viaturas de Lisboa mobilizados para esta megaoperação. No total, estiveram envolvidos três magistrados do Ministério Público e oitenta e cinco investigadores.

Todos os detidos serão ouvidos esta quarta-feira no Campus da Justiça.
Operação Húbris investigou encenação
O furto de armas foi tornado público no dia 29 de junho de 2017.

A denominada Operação Húbris foi desencadeada também em 2018. Nessa parte da investigação foram detidos sete militares da Polícia Judiciária Militar (PJM) e da GNR, suspeitos de terem encenado a recuperação do material, em conivência com o presumível autor do furto.

Entre os detidos da Húbris está o diretor da Polícia Judiciária Militar e um civil (ex-militar), principal suspeito do furto. Estão ambos em prisão preventiva.

O caso de furto de armas em Tancos levou à demissão do então ministro da Defesa, Azeredo Lopes e e do chefe de Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte.

A 26 de outubro, foi aprovada uma Comissão Parlamentar de Inquérito, com os votos favoráveis do CDS, do PSD, do PS, do BE e do PAN e com a abstenção do PCP e do PEV.

A Comissão tomou posse no dia 14 de novembro, presidida pelo socialista Filipe Neto Brandão e deverá começar as audições a 63 personalidades em janeiro.

A comissão tem o prazo de 180 dias, até maio de 2019, prorrogável por mais 90, para chegar a conclusões.


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