TAP garante qualidade do ar a bordo dos aviões Neo "dentro de todos os limites recomendados"

por RTP
A TAP foi a primeira companhia aérea a voar com os novos neo da Airbus Reuters

A TAP volta a afirmar, em comunicado, que a "qualidade do ar a bordo dos A330-900neo está dentro de todos os limites recomendados". Diz a empresa que os odores detetados foram esporádicos e não é possível "estabelecer qualquer correlação entre a ocorrência" dos mesmo e "os episódios de indisposição relatados"

Em comunicado enviado à redações, a TAP começa por afirmar que "tem informado com total transparência e de forma exaustiva os seus trabalhadores, nomeadamente os tripulantes, e também os sindicatos representativos, sobre todas as questões levantadas em torno dos aviões A330-900neo, como a existência de odores em alguns voos e o relato de indisposições reportadas por tripulantes".

Diz ainda a empresa que tem desenvolvido, com a Airbus, "os mais rigorosos testes e análises, com recurso às mais sofisticadas tecnologias, de forma a poder garantir a qualidade do ar a bordo dos A330-900neo".

Todos os "testes e análises efetuados até ao momento", diz a transportadora aérea, "permitem afirmar que a qualidade do ar a bordo dos A330-900neo está dentro de todos os limites recomendados".

A TAP admite que entre centenas de voo já realizados com os A330-900neo "foram detetados odores" em alguns, "com causas já determinadas e soluções encontradas por parte da Airbus".

Diz ainda que "não é possível estabelecer qualquer correlação entre a ocorrência de odores e os episódios de indisposição relatados".

A empresa garante que vai continuar a "desenvolver todos os esforços em plena articulação com os fabricantes, Airbus e Rolls Royce, no sentido de garantir a todos, passageiros e tripulantes, os mais elevados padrões de conforto e segurança a bordo dos seus aviões".
António Esteves, Raquel Gomes - RTP
A carta da Airbus

Numa carta de 11 de julho enviada à TAP, a Airbus garantia "que não existe qualquer correlação entre os cheiros estranhos que têm sido detetados nos novos aviões A330 Neo e os sintomas de desconforto na tripulação".

A Airbus dizia ter em curso "inquéritos técnicos" para apurar as causas do cheiro estranho, nomeadamente ao nível do sistema de ar condicionado, para as quais "já tomou medidas corretivas".

"Temos em curso uma investigação intensa e a análise fornecida por um laboratório independente e reconhecido demonstrou a ausência de contaminação perigosa do ar", diz a construtura europeia no documento a que a agência Lusa teve acesso.

Os episódios de desconforto sinalizados pela tripulação estão a ser controlados e analisados pela Airbus e partilhados com a AESA, referia ainda a empresa, acrescentando a sua disponibilidade para fornecer uma "rápida solução" para as preocupações em torno da qualidade do ar dos aparelhos.

O Diário de Notícias noticiou hoje que a Airbus detetou problemas com óleo no motor e no sistema de ar condicionado dos aviões da TAP, problemas que estão na origem dos cheiros estranhos que têm sido detetados nos novos A330 Neo.

Segundo o jornal, que cita também uma carta da Airbus à TAP, a empresa detetou falhas nos novos aviões, reconhece esses problemas, mas adianta que já adotou duas medidas mitigadoras deste efeito, tanto em terra como durante a descolagem do avião.

Na sexta feira, o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse que as "preocupações permanecem" nos casos de náuseas na TAP, "uma vez que continuam a ser reportados episódios de mal-estar a bordo".

A estrutura sindical reagiu em comunicado a informações da TAP, que na quinta-feira, enviou uma carta aos colaboradores a garantir a segurança das novas aeronaves A330neo, depois de episódios de náuseas e odores estranhos entre tripulação e passageiros.

"O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil vem, no seguimento das últimas informações avançadas que indicam que não foram encontradas a bordo quaisquer substâncias que possam constituir um perigo para a saúde dos tripulantes, nem registo de insuficiência de oxigénio, sublinhar que as preocupações permanecem, uma vez que continuam a ser reportados episódios de mal-estar a bordo".

A estrutura sindical adiantou ainda que "continuará a monitorizar esta situação e aguarda conclusões adicionais com o anunciado reforço das análises a bordo".

Ainda assim, de acordo com o SNPVAC, "aguardar não significa inação. A ponderação da posição que venha a tornar-se necessária não está afastada uma vez que nada mudou para melhor", referiu o sindicato, sem dar mais detalhes.

C/ Lusa
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