Taxa de utilização dos cheque-dentista em queda

por RTP
O programa, lançado em 2008, permitiu que 3,8 milhões de pessoas tenham tido acesso a consultas de medicina dentária e higiene oral Mukesh Gupta - Reuters

Quase uma década depois do lançamento do chamado cheque-dentista, a utilização destes vales, que dão acesso a cuidados de saúde oral, está em queda. Em 2018, foram desperdiçados praticamente 200 mil cheque-dentista.

Segundo o Jornal de Notícias, depois de ter estabilizado na casa dos 74 por cento nos últimos anos, a taxa de utilização caiu para 69,3 por cento em 2018.

Em 2018 registou-se o máximo de cheque-dentista atribuídos. Foram emitidos 629 mil, 71 por cento dos quais para crianças e jovens. Os cheque-dentista foram lançados em 2008 no âmbito do programa nacional de promoção de saúde oral que serve para ajudar, crianças, grávidas e idosos a cobrir as despesas dos tratamentos.

A maior taxa de utilização dos cheque-dentista é na região norte do país, com 77,3 por cento dos 275 mil vales emitidos pela Direção Geral de Saúde a serem utilizados junto de 4.900 médicos-dentistas que colaboram com o Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral.

Segue-se a região centro onde foram utilizados 75,9 por cento dos cheque-dentista, o Algarve com 60,8 por cento e o Alentejo com 57,7 por cento.

Já a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo viu a sua taxa de utilização cair para 56,9 por cento, num total de 188 mil cheques emitidos.

O programa, lançado em 2008, permitiu que 3,8 milhões de pessoas tenham tido acesso a consultas de medicina dentária e higiene oral num total de 17 milhões de tratamentos, 60 por cento dos quais preventivos. O valor do cheque-dentista é atualmente de 35 euros.

O Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral contou, na última década, “com mais de 72 milhões de euros, distribuídos de modo a abranger as faixas etárias mais críticas como crianças/jovens entre o 7 e os 13 anos (mais de 49,8 milhões) e os grupos onde se pode efetuar uma intervenção precoce, como as grávidas (13,5 milhões).

A seguir às crianças, as grávidas são o grupo com mais cheques emitidos, num total de 107 mil em 2018 contra 88 mil em 2014.

O Jornal de Notícias acrescenta que entre 2014 e 2018 foram emitidos mais de 2,8 milhões de cheques, 46 por cento dos quais pela Administração Regional de Saúde do Norte, cuja taxa de utilização foi de 80,5 por cento. Em termos nacionais a taxa foi de 73,5 por cento.
Maior sensibilização para a saúde oral
A Ordem dos Médicos dentistas diz que é preciso perceber o que se está a passar com estes incentivos. O bastonário Orlando Monteiro da Silva afirma que é preciso um trabalho de promoção deste subsídio, mas não só.

Orlando Monteiro da Silva explica ainda que tem de haver uma maior sensibilização de todos os intervenientes, bem como um trabalho dos pais e encarregados de educação que também são responsáveis pela utilização destes recursos públicos.

O bastonário frisa que se os cheques estão a ser emitidos é porque o destinatário deste subsídio assim o necessita.
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