Teixeira dos Santos quer novo presidente da REN o quanto antes
O Governo quer acelerar a substituição de José Penedos à frente da REN. A intenção foi já assumida pelo ministro das Finanças, com Teixeira dos Santos a sublinhar que a nomeação de um novo presidente da Redes Energéticas Nacionais deverá acontecer "o mais rapidamente possível".
José Penedos, que viu o seu nome envolvido no processo Face Oculta logo após a operação levada a cabo pela Polícia Judiciária, recusou até hoje sair da presidência da REN, acabando agora por ser afastado por ordem judicial.
A nomeação de um novo presidente da REN deve acontecer "o mais rapidamente possível e temos que acertar com os outros accionistas, mas se puder resolver a questão sem assembleia-geral, também o faremos", deixou Teixeira dos Santos aos jornalistas no final do Conselho de Ministros.
A próxima assembleia-geral de accionistas está marcada para Março do próximo ano e, para já, o Conselho de Administração da REN apenas comunicou ao mercado que vai reunir-se "nos próximos dias para decidir as medidas a tomar".
De acordo com os estatutos da empresa - uma sociedade cotada, com actividade sujeita ao Código das Sociedades Comerciais e aos estatutos próprios - cabe ao Conselho de Administração "indicar o novo CEO (presidente) para exercer as funções agora suspensas".
"O Estado irá participar no processo de decisão em sede própria, dialogando com os restantes accionistas", explicou o ministro das Finanças.
O Estado detém, através da Parpública, 46 por cento da REN. Entre os restantes accionistas estão a Logoplaste (8,4 por cento), EDP (5 por cento), Caixa Geral de Depósitos (5,1 por cento) e Rede Eléctrica de Espanha (5 por cento).
Tribunal de Aveiro retira José Penedos da REN
Ontem, o juiz de instrução do processo Face Oculta suspendeu de funções José Penedos, determinando ainda o pagamento de uma caução de 40 mil euros - a maior decretada a um arguido neste processo - ao presidente da REN; acresce que Penedos fica ainda proibido de contactar com funcionários da empresa e restantes arguidos, excepto com o filho.
Os advogados de José Penedos, indiciado pela prática de um crime de corrupção passiva, já fizeram saber que vão recorrer da decisão.