"O que eu acho que o presidente do partido deve fazer é presidir e a di recção o que deve fazer é dirigir e deve fazê-lo bem. No momento em que convoca um Conselho Nacional para discutir questões internas não o está a fazer bem", cr iticou Telmo Correia, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

O ex-líder parlamentar, que disputou e perdeu a presidência do CDS para Ribeiro e Casto no último Congresso, assegurou que irá marcar presença no Conse lho Nacional que se realiza domingo, em Leiria, com o objectivo de "discutir pol íticas e não questiúnculas pessoais".

"Este Conselho Nacional tem uma ordem de trabalhos que diria inédita ou muito infeliz", classificou.

O Conselho Nacional tem na agenda, entre outros pontos, a discussão do pedido de demissão do líder Ribeiro e Castro pelo vereador do CDS-PP da Câmara d o Porto, Manuel Sampaio Pimentel, e a análise da recolha de assinaturas com vist a à convocação de um Congresso extraordinário por parte do líder da distrital de Santarém Herculano Gonçalves, duas reivindicações de que Telmo Correia se demar cou.

"Não é normal que um Conselho Nacional de meio de mandato discuta opini ões de militantes individuais, com as quais, aliás, não concordo. O que seria no rmal era um Conselho Nacional para discutir como é que o CDS conseguirá ser o te rceiro maior partido", disse, sublinhando que o importante é "falar para fora e não para dentro".

Telmo Correia assegurou que irá à reunião com a intenção de "sair da or dem de trabalhos" e "elevar o tom da discussão".

"É isso que os nossos eleitores querem e não a discussão de questiúncul as pessoais sobre as opiniões individuais de militantes. Quando discutimos quest ões internas estamos a perder tempo", considerou.

Questionado sobre as críticas do dirigente José Paulo de Carvalho, que acusou o grupo parlamentar de boicotar o trabalho do líder do partido, Telmo Cor reia alegou desconhecer as afirmações mas defendeu a bancada democrata-cristã.

"O grupo parlamentar tem feito e bem o seu trabalho. Houve uma expressã o do presidente do partido que julgámos infeliz, mas é um incidente ultrapassado ", contrapôs.

Telmo Correia referia-se a uma declaração de Ribeiro e Castro, proferid a há uma semana, depois de questionado se estranhara a atitude do grupo parlamen tar do CDS, que na cerimónia de posse do novo Presidente da República aplaudiu, sem se levantar, a homenagem de Cavaco Silva ao seu antecessor, Jorge Sampaio.

"Não estranhei. Sou presidente do partido, mas não sou chefe de banda", respondeu então o presidente do CDS-PP.

Mais irónico sobre as críticas de José Paulo de Carvalho foi o líder pa rlamentar, Nuno Melo.

"Tendo em conta a importância do grupo parlamentar na acção política do partido, a presidente do Conselho Nacional [Maria José Nogueira Pinto] terá raz ões para antecipar a reunião de Junho ou Julho deste órgão para colocar na agend a de trabalhos essa opinião, tanto mais que vem de um membro da direcção e não d e um militante individual", disse.