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"Têm a vida suspensa". Associação Solidariedade Imigrante exige intervenção do Governo

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Filipe Silva - RTP

A Associação Solidariedade Imigrante reuniu-se esta quarta-feira com o presidente da AIMA com o objetivo de o sensibilizar para a "situação de desespero e de medo em que vivem milhares de imigrantes aqui em Portugal", explicou o presidente da associação, Timóteo Macedo.

“São pessoas que têm a sua vida suspensa ou porque têm uma espada da possível deportação, ou porque têm um alerta no sistema SIS (Serviço de Informações de Segurança)”, declarou Macedo aos jornalistas.

“Não cometeram nenhum crime, e é dever do Estado português, do Governo e da AIMA entrar em contacto com os países que puseram esse alerta no SIS”, defendeu.

O presidente da Associação Solidariedade Imigrante explicou que “muitas vezes um imigrante só esteve [nesses países] de passagem, não fez nada, mas quando passaram nas fronteiras foram colocados no sistema”.

Timóteo Macedo pede, por isso, que o Executivo intervenha “para que essas pessoas possam continuar a viver e a trabalhar e a descontar” em Portugal, onde em muitos casos “estão a colmatar as necessidades de mão-de-obra que existem” em setores como a agricultura ou a restauração.

“É preciso efetivamente acabar com este medo, com este desespero, e dar possibilidades às pessoas de se regularizarem em Portugal”.

O responsável acredita que a chamada “via verde” para a imigração, protocolo que permite às empresas contratar diretamente nos países de origem dos trabalhadores, facilitando-lhes assim a obtenção de vistos de trabalho, não vai resolver o problema.

“A ‘via verde’ não vai resolver coisa nenhuma. Vai abrir janelas para o tráfico, para as máfias e para pessoas sem escrúpulos que se aproveitam da situação de fragilidade de milhares de imigrantes”, vincou.

Nesses casos, “chegam aqui e são abandonados”, sendo que quando vão “à procura de apoio” não conseguem documentação, acabando por entrar “no trabalho clandestino e ilegal”, alertou Timóteo Macedo.

O presidente da associação de apoio a imigrantes avisou ainda que, com o fim da manifestação de interesse, “estão a chegar pessoas que lutam pela sua sobrevivência, por melhores de condições de vida a que têm direito, e depois chegam aqui e são abandonadas”.
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