Temperatura máxima em Lisboa subiu 1,9 graus em 30 anos

Lisboa e Atenas foram, a seguir a Londres, as capitais europeias onde as temperaturas máximas no Verão mais subiram nos últimos 30 anos, indica um relatório do Fundo Mundial para a Natureza.

Agência LUSA /
RTP

A partir da análise das temperaturas médias e máximas de Verão em 16 capitais da União Europeia entre 1970 e 1974, e entre 2000 e 2004, o relatório conclui que nalgumas delas se registaram aumentos de mais de dois graus centígrados desde os anos 70.

Londres é apontada como a cidade onde a média da temperatura máxima mais subiu, de 20,5 graus no princípio dos anos 70 para 22,5 graus nos últimos cinco anos, o que representa um aumento de dois graus.

Em Lisboa, que aparece logo a seguir a Londres e ao lado de Atenas, o aumento no mesmo período foi de 1,9 graus centígrados, de 25,9 para 27,8 graus.

Seguem-se Varsóvia (1,3) e Berlim (1,2), mas em todas elas se observa uma "clara" tendência de aumento das temperaturas, à excepção de Dublin e Copenhaga, indica o documento, intitulado "Europa Aquece - Climas Extremos e Energia".

Por outro lado, à frente das cidades onde a temperatura média de Verão mais subiu aparece Madrid (2,2), seguida pelo Luxemburgo (2,0), Estocolmo (1,5) e Bruxelas, Roma e Viena (1,2), Paris e Amesterdão (1,0), Helsínquia (0,8), Dublin (0,7) e Copenhaga (0,2).

Lisboa não consta desta listagem, aparentemente por indisponibilidade de dados.

As 16 cidades estudadas no relatório, que sublinha o papel preponderante do sector da produção de energia no aquecimento climático, são as capitais dos ex-Quinze da UE e Varsóvia.

Segundo o documento, o sector da energia é responsável por 37 por cento das emissões globais de CO2 produzidas pelo homem, através da queima dos combustíveis fósseis, como o carvão, contribuindo significativamente para o aquecimento global.

Durante o século XX, assinala, a temperatura média global aumentou 06 graus centígrados, enquanto que na Europa esse aumento foi de 0,95 graus.

Essa variação é suficiente, diz a WWF, para alterar o equilíbrio ambiental, através nomeadamente do aumento do vapor de água na atmosfera.

Em consequência disso, adverte, aumentará a probabilidade de vagas de calor mais frequentes e intensas, a par de secas e chuvas torrenciais.

"Os cientistas prevêem que as emissões de gases com efeito de estufa dupliquem o risco de vagas de calor extremas, como a vaga de calor de 2003 na Europa, responsável pela morte de mais de 40.000 pessoas", afirmou Matthew Davis, director da campanha "Parem o Caos Climático", da WWF.

CM.


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