País
Tendência inverte-se. Portugal perde 2,1% da população em dez anos
Portugal perdeu 2,1 por cento da população entre 2011 e 2021, invertendo a tendência de crescimento registada nas últimas décadas, indicam os resultados definitivos dos censos de 2021 divulgados esta quarta-feira.
“Residiam em Portugal, à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021, 10.343.066 pessoas (4.920.220 homens e 5.422.846 mulheres), o que representa um decréscimo de 2,1 por cento face a 2011”, adiantou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com o INE, essa redução constitui uma inversão na tendência de crescimento da população que se verificou nas últimas décadas e representa a “segunda quebra populacional registada desde 1864, ano em que se realizou o I Recenseamento Geral da População”.
Em termos de série censitária, Portugal apenas tinha registado uma redução do seu efetivo populacional nos censos de 1970, como resultado da elevada emigração verificada na década de 60, salientou o instituto.
Na última década, o Algarve (3,6 por cento) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7 por cento) registaram um crescimento populacional, enquanto nas restantes regiões decresceu o efetivo populacional, com o Alentejo (menos 7,0%) e a Região Autónoma da Madeira (menos 6,4 por cento) a observarem as descidas mais significativas, indicou o INE.
Os Censos de 2021 referem ainda que o “padrão de litoralização” do país e de concentração da população junto da capital foram reforçados na última década, com cerca de 20% da população do país a concentrar-se nos sete municípios mais populosos, que abrangem uma área de apenas 1,1 por cento do território.
A fase de recolha dos Censos 2021 decorreu entre 5 de abril e 31 de maio e os dados referem-se à data do momento censitário, dia 19 de abril de 2021.
“No outro extremo, representando também cerca de 20% da população, temos os 208 municípios menos povoados e que ocupam 65,8 por cento da área do país”, adiantou o INE.
Os dados definitivos agora divulgados adiantam que, entre 2011 e 2021, em todos os escalões etários até aos 39 anos, se assistiu a um decréscimo da população, com particular incidência no grupo dos 30 aos 39 anos.
Segundo os censos de 2021, a "relação de masculinidade" é de 91 homens por 100 mulheres, mas o número de homens é superior ao das mulheres nas idades até aos 30 anos, invertendo-se o rácio a partir dessa idade.
Nas idades mais avançadas, o número de mulheres é “claramente superior aos dos homens”, refletindo os maiores níveis de mortalidade da população masculina, indica também o INE.
Em 2021, a idade média da população portuguesa era de 45,4 anos, tendo aumentado em 3,1 anos face a 2011, com os valores mais altos a registarem-se no Centro (47,5 anos) e no Alentejo (47,4 anos), mantendo-se os Açores como a região com a idade média mais baixa (41,7 anos).
Os dados definitivos agora divulgados adiantam que, entre 2011 e 2021, em todos os escalões etários até aos 39 anos, se assistiu a um decréscimo da população, com particular incidência no grupo dos 30 aos 39 anos.
Segundo os censos de 2021, a "relação de masculinidade" é de 91 homens por 100 mulheres, mas o número de homens é superior ao das mulheres nas idades até aos 30 anos, invertendo-se o rácio a partir dessa idade.
Nas idades mais avançadas, o número de mulheres é “claramente superior aos dos homens”, refletindo os maiores níveis de mortalidade da população masculina, indica também o INE.
Em 2021, a idade média da população portuguesa era de 45,4 anos, tendo aumentado em 3,1 anos face a 2011, com os valores mais altos a registarem-se no Centro (47,5 anos) e no Alentejo (47,4 anos), mantendo-se os Açores como a região com a idade média mais baixa (41,7 anos).
Envelhecimento agravou-se e há mais estrangeiros
Mais de 23 por cento da população portuguesa era idosa em 2021, um fenómeno de envelhecimento que se agravou na última década, e os estrangeiros a viver no país aumentaram 37 por cento desde 2011.
Os dados revela ainda que, em 2021, a percentagem de população idosa (65 e mais anos) representava 23,4 por cento, enquanto a de jovens até aos 14 anos era de apenas 12,9 por cento.O índice de envelhecimento - idosos por 100 jovens - passou dos 128 em 2011 para os 182 em 2021.
“A baixa natalidade e o aumento da longevidade que se verificou nas últimas décadas refletem-se na pirâmide etária correspondente aos censos 2021 que, de 2011 para 2021, evidencia um estreitamento dos grupos etários da base e um alargamento nas idades mais avançadas”, adiantou o instituto.
De acordo com os dados definitivos hoje apresentados, entre 2011 e 2021 também se “agravou a sustentabilidade e o rejuvenescimento da população ativa”.
O índice de rejuvenescimento da população ativa em 2021 era de 76, o que significa que, por cada 100 pessoas que saem do mercado de trabalho, apenas ingressam 76, salientou o INE.
Mais de 23 por cento da população portuguesa era idosa em 2021, um fenómeno de envelhecimento que se agravou na última década, e os estrangeiros a viver no país aumentaram 37 por cento desde 2011.
Os dados revela ainda que, em 2021, a percentagem de população idosa (65 e mais anos) representava 23,4 por cento, enquanto a de jovens até aos 14 anos era de apenas 12,9 por cento.O índice de envelhecimento - idosos por 100 jovens - passou dos 128 em 2011 para os 182 em 2021.
“A baixa natalidade e o aumento da longevidade que se verificou nas últimas décadas refletem-se na pirâmide etária correspondente aos censos 2021 que, de 2011 para 2021, evidencia um estreitamento dos grupos etários da base e um alargamento nas idades mais avançadas”, adiantou o instituto.
De acordo com os dados definitivos hoje apresentados, entre 2011 e 2021 também se “agravou a sustentabilidade e o rejuvenescimento da população ativa”.
O índice de rejuvenescimento da população ativa em 2021 era de 76, o que significa que, por cada 100 pessoas que saem do mercado de trabalho, apenas ingressam 76, salientou o INE.
Este valor era de 94 em 2011, já abaixo daquele que permite assegurar a reposição da população em idade ativa, uma vez que se considera que existe rejuvenescimento quando o valor deste índice é superior a 100, explicou o instituto.
Os resultados indicam ainda que a população de nacionalidade estrangeira aumentou na última década em Portugal, com 542.314 pessoas de outras nacionalidades a viverem no país à data da realização dos censos 2021, representando 5,2 por cento do total da população, mais do que os 3,7 por cento registados em 2011.
A maior comunidade estrangeira residente em Portugal era a brasileira, com 199.810 pessoas (cerca de 36,8 por cento), seguindo-se a angolana, com 31.556 pessoas (5,8 por cento), e a cabo-verdiana, com 27.144 (5 por cento).
O INE realça ainda o “forte crescimento ocorrido” em algumas comunidades estrangeiras, caso dos nacionais do Nepal, que passaram de 959 pessoas em 2011 para 13.224 em 2021, e do Bangladesh, de 853 em 2011 para 9.150 em 2021.
Os censos de 2021 apuraram ainda que 1.608.094 portugueses que viveram no estrangeiro regressaram a Portugal, sendo os países de proveniência mais representativos França (23,2 por cento), Angola (14 por cento), Suíça (8,1 por cento), Brasil (7,2 por cento), Moçambique (6,5 por cento) e Alemanha (6,3 por cento).
Desequilíbrio na distribuição pelo território acentuou-se
Os resultados definitivos dos Censos revelam ainda que o desequilíbrio na distribuição da população pelo território português acentuou-se entre 2011 e 2021, com perda de habitantes no interior e a concentração em torno de Lisboa e no Algarve.
A densidade populacional do país é de 112,2 habitantes por quilómetro quadrado (km2), mas acentuaram-se “os desequilíbrios na distribuição da população pelo território”, com “um notório contraste entre os municípios localizados na faixa litoral do continente e os localizados no interior”, destaca o INE.
“O padrão de litoralização do país e de concentração da população junto da capital foi reforçado na última década. Cerca de 20 por cento da população do país concentra-se nos sete municípios mais populosos, que abrange uma área de apenas 1,1 por cento do território.
Os resultados definitivos dos Censos revelam ainda que o desequilíbrio na distribuição da população pelo território português acentuou-se entre 2011 e 2021, com perda de habitantes no interior e a concentração em torno de Lisboa e no Algarve.
A densidade populacional do país é de 112,2 habitantes por quilómetro quadrado (km2), mas acentuaram-se “os desequilíbrios na distribuição da população pelo território”, com “um notório contraste entre os municípios localizados na faixa litoral do continente e os localizados no interior”, destaca o INE.
“O padrão de litoralização do país e de concentração da população junto da capital foi reforçado na última década. Cerca de 20 por cento da população do país concentra-se nos sete municípios mais populosos, que abrange uma área de apenas 1,1 por cento do território.
No outro extremo, representando também cerca de 20 por cento da população, temos os 208 municípios menos povoados e que ocupam 65,8 por centoda área do país”, descreve o INE.
Na Região Autónoma dos Açores, as ilhas de São Miguel e da Terceira registam o maior valor de densidade populacional, enquanto na Região Autónoma da Madeira é na parte sul da ilha da Madeira que se verifica a maior densidade.
Em termos regionais, o Algarve (3,6 por cento) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7 por cento) foram as únicas regiões NUTS II (nomenclatura de unidade territorial para fins estatísticos) que registaram um crescimento da população.
As restantes regiões viram decrescer o seu efetivo populacional, com o Alentejo (-7,0 por cento) e a Região Autónoma da Madeira (-6,4 por cento) a registarem as descidas mais significativas.
Os municípios dos territórios do interior do país perderam população e os que registaram um crescimento populacional situam-se predominantemente no litoral, com uma concentração em torno de Lisboa e no Algarve.
Os municípios que se destacam pelo maior acréscimo populacional são Odemira (13,3 por cento), na região do Alentejo, e Mafra (12,8 por cento), na Área Metropolitana de Lisboa.
Os que perdem mais população foram Barrancos (-21,6por cento), também no Alentejo, e Tabuaço (-20,7 por cento), na região Norte.
Na Região Autónoma dos Açores, as ilhas de São Miguel e da Terceira registam o maior valor de densidade populacional, enquanto na Região Autónoma da Madeira é na parte sul da ilha da Madeira que se verifica a maior densidade.
Em termos regionais, o Algarve (3,6 por cento) e a Área Metropolitana de Lisboa (1,7 por cento) foram as únicas regiões NUTS II (nomenclatura de unidade territorial para fins estatísticos) que registaram um crescimento da população.
As restantes regiões viram decrescer o seu efetivo populacional, com o Alentejo (-7,0 por cento) e a Região Autónoma da Madeira (-6,4 por cento) a registarem as descidas mais significativas.
Os municípios dos territórios do interior do país perderam população e os que registaram um crescimento populacional situam-se predominantemente no litoral, com uma concentração em torno de Lisboa e no Algarve.
Os municípios que se destacam pelo maior acréscimo populacional são Odemira (13,3 por cento), na região do Alentejo, e Mafra (12,8 por cento), na Área Metropolitana de Lisboa.
Os que perdem mais população foram Barrancos (-21,6por cento), também no Alentejo, e Tabuaço (-20,7 por cento), na região Norte.
Nível de escolaridade aumentou na última década
O nível de escolaridade da população em Portugal cresceu de forma significativa na última década, destacando-se o aumento de pessoas com ensino superior.
A percentagem da população residente com ensino superior era de 13,9 por cento em 2011 e atingiu 19,8 por cento entre as pessoas com 15 ou mais anos em 2021, representando um total de 1.782.888 indivíduos.
A estes dados junta-se ainda o peso crescente de pessoas com o ensino secundário e pós-secundário, que evoluiu de 16,7 por cento para 24,7 por cento na última década.
Ao nível das áreas de estudo no ensino superior, as mais frequentes foram “Ciências empresariais, administração e direito”, com 21,8 por cento, e “Saúde e proteção social”, com 15,2 por cento.
Em sentido inverso, a área “Agricultura, silvicultura, pescas e ciências veterinárias” representou somente dois por cento das pessoas com o ensino superior no ano passado.
Ao nível da educação, os Censos2021 apontam ainda uma redução da taxa de analfabetismo da população para 3,1 por cento, correspondendo a 292.809 indivíduos com pelo menos 10 anos sem saber ler nem escrever, quando em 2011 este indicador apresentava uma taxa de 5,2 por cento da população acima dos 10 anos.
O nível de escolaridade da população em Portugal cresceu de forma significativa na última década, destacando-se o aumento de pessoas com ensino superior.
A percentagem da população residente com ensino superior era de 13,9 por cento em 2011 e atingiu 19,8 por cento entre as pessoas com 15 ou mais anos em 2021, representando um total de 1.782.888 indivíduos.
A estes dados junta-se ainda o peso crescente de pessoas com o ensino secundário e pós-secundário, que evoluiu de 16,7 por cento para 24,7 por cento na última década.
Ao nível das áreas de estudo no ensino superior, as mais frequentes foram “Ciências empresariais, administração e direito”, com 21,8 por cento, e “Saúde e proteção social”, com 15,2 por cento.
Em sentido inverso, a área “Agricultura, silvicultura, pescas e ciências veterinárias” representou somente dois por cento das pessoas com o ensino superior no ano passado.
Ao nível da educação, os Censos2021 apontam ainda uma redução da taxa de analfabetismo da população para 3,1 por cento, correspondendo a 292.809 indivíduos com pelo menos 10 anos sem saber ler nem escrever, quando em 2011 este indicador apresentava uma taxa de 5,2 por cento da população acima dos 10 anos.
Número de casas sobe ligeiramente e arrendamento sobe 16%
Portugal registou “um ligeiro crescimento” dos alojamentos para habitação entre 2011 e 2021, mas a “ritmo bastante inferior” ao de décadas anteriores, reforçando-se o peso da primeira habitação e tendo o arrendamento aumentado 16 por cento.
Segundo os Resultados Definitivos do VI Recenseamento Geral da Habitação - Censos 2021, “o número de edifícios destinados à habitação é de 3.573.416 e o de alojamentos de 5.981.482, valores que, face a 2011, representam um aumento de 0,8 por cento e 1,7 por cento, respetivamente”.
O INE nota que “o crescimento do parque habitacional entre 2011 e 2021 é significativamente inferior ao verificado na década anterior, quando os valores se situavam na ordem dos 12 por cento para edifícios e os 16 por cento para alojamentos”.
Na última década reforçou-se também “ligeiramente o peso da primeira habitação em detrimento das residências secundárias”: Em 2021, 69,4 por cento dos alojamentos são destinados à primeira habitação, mais 1,3 pontos percentuais em relação a 2011.
Já as residências secundárias perderam importância relativa em 0,8 pontos percentuais e a proporção de alojamentos vagos decresceu 0,4 pontos percentuais.
A nível regional, o INE destaca a Área Metropolitana de Lisboa como “a região com a maior percentagem de alojamentos de residência habitual (79,6 por cento)”, enquanto “a região do Algarve, com 38,6 por cento, destaca-se como a região com maior peso das residências secundárias”
No que respeita aos alojamentos vagos, a região do Alentejo regista a maior percentagem (16,5 por cento), em oposição à região Norte do país, a qual tinha o menor peso relativo dos alojamentos vagos (10,3 por cento).
Da análise do INE resulta ainda que o número de alojamentos arrendados aumentou 16 por cento nos últimos 10 anos.
"Embora a grande maioria dos alojamentos de residência habitual seja ocupada pelo proprietário (70,0 por cento), os alojamentos ocupados em regime de arrendamento viram a sua importância reforçada em 2,4 pontos percentuais face a 2011 e passaram a representar 22,3 por cento do total alojamentos ocupados", detalha o instituto estatístico.
Por NUTS II, o Centro apresenta a maior percentagem de alojamentos ocupados pelo proprietário (77,3 por cento), a par da proporção de alojamentos arrendados mais baixa (15,8 por cento).
Por sua vez, a Área Metropolitana de Lisboa “destaca-se por ser o território onde o regime de arrendamento tem maior expressão, com 29,2 por cento dos alojamentos ocupados por arrendatários”.Encargos com compra de casa recuam 8,6% e rendas sobem 42,1%
O valor médio mensal dos encargos dos proprietários com compra de casa recuou 8,6% entre 2011 e 2011, para 360,5 euros, enquanto a renda média dos alojamentos arrendados aumentou 42,1 por cento, para 334 euros, segundos os Censos 2021.
Os ‘Resultados Definitivos do VI Recenseamento Geral da Habitação - Censos 2021’, revelam que “a maioria dos proprietários (61,6 por cento) não tem encargos financeiros relacionados com a aquisição da habitação”, sendo que, “nos 38,4 por cento alojamentos com encargos de compra, o valor médio mensal dos encargos era de 360,5 euros, um valor que decresceu comparativamente a 2011” (395 euros).
Regionalmente, é na Área Metropolitana de Lisboa que os custos médios suportados pelos proprietários com a aquisição da habitação são mais elevados (397 euros), seguindo-se a Região Autónoma da Madeira (394 euros) e o Algarve (374 euros).
As restantes regiões apresentam valores médios abaixo da média nacional, salientando-se o Alentejo, que apresenta o valor mais baixo (328 euros).
Segundo o INE, “o decréscimo dos encargos com aquisição de casa própria verificou-se em todas as regiões, com especial incidência na Autónoma dos Açores (o decréscimo do valor médio mensal dos encargos foi de 21,9 por cento) e na Região Autónoma da Madeira”.
Já no que diz respeito aos alojamentos arrendados, o valor médio mensal da renda era de 334 euros em 2021, o que representa um acréscimo de 42,1 por cento face aos 235 euros registados em 2011.
Os dados definitivos do Censos 2021 evidenciam que este aumento do valor médio mensal da renda se verificou em todas as NUTS II, sendo na Área Metropolitana de Lisboa que o valor das rendas de casa é mais elevado (valor médio mensal de 403 euros).
“Refira-se ainda, que é no Alentejo que o custo com o arrendamento das casas é mais baixo, com um valor médio de 261 euros de renda mensal”, acrescenta.
Ainda de acordo com os Censos 2021, a maioria (64,5 por cento) dos edifícios destinados à habitação não necessitavam de reparações e, dos edifícios que necessitavam de reparações, em 21,8 por cento eram ligeiras, em 9,4 por cento médias e em 4,6 por cento profundas.
O INE diz não se verificarem “grandes discrepâncias” a este nível em termos de NUTS II, sendo a região do Algarve a que apresenta maior percentagem de edifícios sem necessidade de reparações (70,7 por cento).
Pelo contrário, “o parque habitacional com estado de conservação menos favorável é o da Região Autónoma da Madeira, com 43,0 por cento dos edifícios a necessitarem de alguma intervenção”.
Portugal registou “um ligeiro crescimento” dos alojamentos para habitação entre 2011 e 2021, mas a “ritmo bastante inferior” ao de décadas anteriores, reforçando-se o peso da primeira habitação e tendo o arrendamento aumentado 16 por cento.
Segundo os Resultados Definitivos do VI Recenseamento Geral da Habitação - Censos 2021, “o número de edifícios destinados à habitação é de 3.573.416 e o de alojamentos de 5.981.482, valores que, face a 2011, representam um aumento de 0,8 por cento e 1,7 por cento, respetivamente”.
O INE nota que “o crescimento do parque habitacional entre 2011 e 2021 é significativamente inferior ao verificado na década anterior, quando os valores se situavam na ordem dos 12 por cento para edifícios e os 16 por cento para alojamentos”.
Na última década reforçou-se também “ligeiramente o peso da primeira habitação em detrimento das residências secundárias”: Em 2021, 69,4 por cento dos alojamentos são destinados à primeira habitação, mais 1,3 pontos percentuais em relação a 2011.
Já as residências secundárias perderam importância relativa em 0,8 pontos percentuais e a proporção de alojamentos vagos decresceu 0,4 pontos percentuais.
A nível regional, o INE destaca a Área Metropolitana de Lisboa como “a região com a maior percentagem de alojamentos de residência habitual (79,6 por cento)”, enquanto “a região do Algarve, com 38,6 por cento, destaca-se como a região com maior peso das residências secundárias”
No que respeita aos alojamentos vagos, a região do Alentejo regista a maior percentagem (16,5 por cento), em oposição à região Norte do país, a qual tinha o menor peso relativo dos alojamentos vagos (10,3 por cento).
Da análise do INE resulta ainda que o número de alojamentos arrendados aumentou 16 por cento nos últimos 10 anos.
"Embora a grande maioria dos alojamentos de residência habitual seja ocupada pelo proprietário (70,0 por cento), os alojamentos ocupados em regime de arrendamento viram a sua importância reforçada em 2,4 pontos percentuais face a 2011 e passaram a representar 22,3 por cento do total alojamentos ocupados", detalha o instituto estatístico.
Por NUTS II, o Centro apresenta a maior percentagem de alojamentos ocupados pelo proprietário (77,3 por cento), a par da proporção de alojamentos arrendados mais baixa (15,8 por cento).
Por sua vez, a Área Metropolitana de Lisboa “destaca-se por ser o território onde o regime de arrendamento tem maior expressão, com 29,2 por cento dos alojamentos ocupados por arrendatários”.Encargos com compra de casa recuam 8,6% e rendas sobem 42,1%
O valor médio mensal dos encargos dos proprietários com compra de casa recuou 8,6% entre 2011 e 2011, para 360,5 euros, enquanto a renda média dos alojamentos arrendados aumentou 42,1 por cento, para 334 euros, segundos os Censos 2021.
Os ‘Resultados Definitivos do VI Recenseamento Geral da Habitação - Censos 2021’, revelam que “a maioria dos proprietários (61,6 por cento) não tem encargos financeiros relacionados com a aquisição da habitação”, sendo que, “nos 38,4 por cento alojamentos com encargos de compra, o valor médio mensal dos encargos era de 360,5 euros, um valor que decresceu comparativamente a 2011” (395 euros).
Regionalmente, é na Área Metropolitana de Lisboa que os custos médios suportados pelos proprietários com a aquisição da habitação são mais elevados (397 euros), seguindo-se a Região Autónoma da Madeira (394 euros) e o Algarve (374 euros).
As restantes regiões apresentam valores médios abaixo da média nacional, salientando-se o Alentejo, que apresenta o valor mais baixo (328 euros).
Segundo o INE, “o decréscimo dos encargos com aquisição de casa própria verificou-se em todas as regiões, com especial incidência na Autónoma dos Açores (o decréscimo do valor médio mensal dos encargos foi de 21,9 por cento) e na Região Autónoma da Madeira”.
Já no que diz respeito aos alojamentos arrendados, o valor médio mensal da renda era de 334 euros em 2021, o que representa um acréscimo de 42,1 por cento face aos 235 euros registados em 2011.
Os dados definitivos do Censos 2021 evidenciam que este aumento do valor médio mensal da renda se verificou em todas as NUTS II, sendo na Área Metropolitana de Lisboa que o valor das rendas de casa é mais elevado (valor médio mensal de 403 euros).
“Refira-se ainda, que é no Alentejo que o custo com o arrendamento das casas é mais baixo, com um valor médio de 261 euros de renda mensal”, acrescenta.
Ainda de acordo com os Censos 2021, a maioria (64,5 por cento) dos edifícios destinados à habitação não necessitavam de reparações e, dos edifícios que necessitavam de reparações, em 21,8 por cento eram ligeiras, em 9,4 por cento médias e em 4,6 por cento profundas.
O INE diz não se verificarem “grandes discrepâncias” a este nível em termos de NUTS II, sendo a região do Algarve a que apresenta maior percentagem de edifícios sem necessidade de reparações (70,7 por cento).
Pelo contrário, “o parque habitacional com estado de conservação menos favorável é o da Região Autónoma da Madeira, com 43,0 por cento dos edifícios a necessitarem de alguma intervenção”.
Ministra destaca resposta quase total da população por via digital
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, destacou o peso quase absoluto das respostas da população residente em Portugal por via digital aos Censos2021, assinalando esse aspeto como o significado da evolução das instituições nacionais.
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados definitivos dos censos, que decorreu no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, a governante agradeceu às pessoas que contribuíram para a realização desta operação censitária em plena pandemia de covid-19, frisando que avançar com os Censos2021 “foi mesmo a decisão certa”.
“Há dois dados que gostaria de destacar, porque são muito específicos destes censos: a quase totalidade das respostas terem sido digitais, com tudo o que isso significa de preparação das nossas instituições para este caminho e todas as possibilidades que isso abre; e a tradução para 11 línguas dos questionários. Queria salientar a capacidade do INE para se adaptar a todas as mudanças”, observou.
Mariana Vieira da Silva defendeu que a importância deste tipo de iniciativa “é enorme”, uma vez que estes dados sobre múltiplas dimensões da sociedade portuguesa permitem definir com maior grau de conhecimento como “agir com as políticas públicas”.
A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, destacou o peso quase absoluto das respostas da população residente em Portugal por via digital aos Censos2021, assinalando esse aspeto como o significado da evolução das instituições nacionais.
Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados definitivos dos censos, que decorreu no Instituto Nacional de Estatística (INE), em Lisboa, a governante agradeceu às pessoas que contribuíram para a realização desta operação censitária em plena pandemia de covid-19, frisando que avançar com os Censos2021 “foi mesmo a decisão certa”.
“Há dois dados que gostaria de destacar, porque são muito específicos destes censos: a quase totalidade das respostas terem sido digitais, com tudo o que isso significa de preparação das nossas instituições para este caminho e todas as possibilidades que isso abre; e a tradução para 11 línguas dos questionários. Queria salientar a capacidade do INE para se adaptar a todas as mudanças”, observou.
Mariana Vieira da Silva defendeu que a importância deste tipo de iniciativa “é enorme”, uma vez que estes dados sobre múltiplas dimensões da sociedade portuguesa permitem definir com maior grau de conhecimento como “agir com as políticas públicas”.
c/ Lusa