Tenente-general José Nunes da Fonseca passa a chefiar Exército

por RTP
Ao revelar o nome, o primeiro-ministro disse aos jornalistas esperar que o sucessor de Rovisco Duarte como Chefe do Estado-Maior do Exército exerça as novas funções "com lealdade" Hazir Reka - Reuters

O nome do tenente-general José Nunes Fonseca obteve por unanimidade parecer favorável do Conselho Superior do Exército para a chefia do Estado-Maior deste ramo das Forças Armadas. A tomada de posse está marcada para as 19h00 em Belém.

Ao revelar o nome, o primeiro-ministro, António Costa, disse aos jornalistas esperar que o sucessor de Rovisco Duarte como Chefe do Estado-Maior do Exército exerça as novas funções "com lealdade".

"O primeiro-ministro informou o Presidente da República da proposta de nomeação do senhor general José Nunes da Fonseca como Chefe do Estado-Maior do Exército, a qual aceitou", lê-se numa nota entretanto publicada no portal da Presidência.

Na quinta-feira, o novo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, tinha anunciado em comunicado que já tinha convocado para audições os possíveis candidatos ao cargo, na sequência do pedido de demissão de Rovisco Duarte, tal com está previsto na Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.

A Lei Orgânica prevê que os chefes de Estado-Maior são nomeados e exonerados pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, que terá de ir a Conselho de Ministros.
Longa carreira militar
O tenente-general José Nunes Fonseca nasceu em Mafra em 1961 e entrou na Academia Militar em 1979. Licenciado em Ciências Militares e mestre em Engenharia, ao longo da carreira prestou serviço em diversas unidades e estabelecimentos do Exército e das Forças Armadas.

Entre 1995 e 1999 serviu no Estado Maior da Força Operacional Rápida Europeia e, em 1998-1999, foi oficial de operações na força de estabilização da Aliança Atlântica para a Bósnia-Herzegovina.

Integrou também o comando da Eurofor em Itália, como adjunto de operações de logística e chefe de secção de procedimentos operacionais.

Em 2011 esteve colocado na força especial da NATO para o Kosovo, como general-comandante da força logística.

Em 2013 foi colocado na Guarda Nacional Republicana (GNR), onde assumiu o papel de comandante da unidade de controlo costeiro e de inspetor da Guarda.

José Nunes Fonseca foi condecorado duas vezes: em 2002, pelo Presidente Jorge Sampaio, como oficial e, em 2014, pelo Presidente Cavaco Silva, como Grande Oficial.

Conta ainda com 23 louvores nacionais e três internacionais, assim como com cinco medalhas por serviços distintos no grau prata.
"Circunstâncias políticas"
O general Rovisco Duarte, antecessor de José Nunes Fonseca, apresentou na quarta-feira a carta de resignação ao Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, que a transmitiu ao Governo, a quem compete propor a nomeação e a exoneração dos chefes militares.

Frederico Rovisco Duarte, que tomou posse no cargo de CEME a 15 de abril de 2016 e terminaria o mandato em abril do próximo ano, justificou a demissão numa mensagem dirigida internamente aos civis e militares do Exército, afirmando que "circunstâncias políticas assim o exigiram".

A demissão do antigo Chefe do Estado-Maior do Exército ocorreu dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que substituiu Azeredo Lopes após a sua demissão, na sexta-feira passada, na sequência dos desenvolvimentos da investigação do Ministério Público à recuperação do material militar furtado em Tancos.

c/ Lusa
Tópicos
pub