Termas alentejanas querem "tratar da saúde" a 20 mil utentes por ano
Procuradas pelo seu valor terapêutico no combate a diferentes mazelas, como reumatismo e problemas respiratórios e dermatológicos, as termas de Nisa e Cabeço de Vide (Fronteira) ambicionam "tratar da saúde" a mais de 20 mil utentes por ano.
Para reforçar a sua capacidade, ambos os complexos termais, localizados no norte alentejano, têm em curso obras de ampliação no valor de 13 milhões de euros, que não impedem, contudo, a habitual época termal, entre Abril e Outubro.
Numa zona em que as termas de Monte da Pedra (Crato) e de Castelo de Vide estão encerradas há vários anos, devido a problemas relacionados com a qualidade das águas, os municípios de Nisa e Fronteira apostam no termalismo como um sector estruturante para o desenvolvimento de ambos os concelhos.
Instaladas no vale da Ribeira de Vide, as termas de Cabeço de Vide são habitualmente frequentadas por mais de três mil aquistas portugueses e espanhóis, oriundos das regiões de Lisboa, Alentejo e da Extremadura (Espanha).
"A construção do novo complexo termal permitirá quintuplicar o número de utentes e garantir o funcionamento ao longo de todo o ano, ao invés de apenas sete meses", explicou à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Fronteira, Pedro Lancha.
O autarca espera que as obras, num investimento de oito milhões de euros, possam estar concluídas dentro de um a dois meses.
"Apesar das obras em curso, o balneário antigo permite que as termas se mantenham abertas, desde Abril", referiu.
O novo complexo termal contempla a construção de um novo balneário, arranjos exteriores e enquadramento paisagístico, piscinas de recreio, acessibilidades e saneamento básico, bem como uma unidade hoteleira.
As nascentes de água minero-medicinal de Cabeço de Vide são conhecidas desde tempos antigos pelo nome de "A Sulfúrea", existindo vestígios de um antigo balneário romano, supostamente do tempo do imperador César Augusto.
A água das termas de Cabeço de Vide é conhecida pelo seu valor terapêutico no tratamento de problemas reumáticos, respiratórios e dermatológicos.
Mais a Norte, as Termas da Fadagosa, na freguesia de Arez, a 12 quilómetros da vila de Nisa, têm idênticos valores terapêuticos e também contam com o apoio de médicos especialistas em reumatologia e otorrinolaringologia, além da especialidade de hidrologia.
Nascente termal de água sulfurosa, as termas de Nisa estão a ser ampliadas, de modo a atrair cerca de sete mil aquistas por ano.
Segundo a presidente do município, Gabriela Tsukamoto, as obras do novo complexo termal envolvem um investimento de cinco milhões de euros e deverão estar prontas no primeiro semestre de 2007, permitindo criar cerca de 70 postos de trabalho.
A empreitada do novo complexo contempla a construção de um novo balneário termal, um centro de internamento com 15 quartos, acessos e o ordenamento do espaço envolvente, bem como um recinto polidesportivo, piscina e campo de ténis.
Numa segunda fase do projecto, está prevista a construção de uma unidade hoteleira, com recurso ao sector privado através de investidores e grupo financeiros.