Todos os ambientadores examinados em cinco países europeus são nocivos
Associações de consumidores de cinco países europeus, incluindo Portugal, analisaram 76 ambientadores e produtos aromáticos e concluíram que todos são nocivos para a saúde e alguns têm substâncias cancerígenas, revela um estudo hoje divulgado.
Em Portugal foram analisados 30 produtos, como os aerossóis e os vaporizadores, o gel, os difusores eléctricos e as velas. Vinte e dois receberam nota negativa e em 16 foram encontradas substâncias cancerígenas.
O trabalho, que em Portugal é divulgado na edição de Dezembro da revista Teste Saúde, da DECO, associação de defesa do consumidor, indica ainda que os ambientadores usados em casa podem causar alergias e irritações.
O estudo foi feito também por associações de consumidores de Espanha, França, Bélgica e Itália e teve o apoio da Associação Europeia de Consumidores, uma organização que integra várias associações.
Os produtos considerados mais perigosos são os que funcionam por combustão, como as velas, e os difusores eléctricos.
Muitas das marcas testadas são vendidas em Portugal, nomeadamente a Ambipur, Brise, Carrefour, Air wick, Auchan/Continent e Regitteo, disse à Agência Lusa fonte da Associação Europeia de Consumidores (BEUC).
Os responsáveis analisaram a qualidade do ar de diferentes compartimentos de uma casa, vazios e sem pintar (para evitar interferência de cheiros), onde previamente se tinha deixado actuar o produtos durante um período de tempo, consoante o tipo de ambientador.
Os resultados foram claros ao demonstrar que a maioria destes produtos contém elementos nocivos para a saúde, em particular substâncias cancerígenas (como o benzeno), irritantes e outros que podem afectar o sistema reprodutivo.
"Ao contrário do que nos querem fazer acreditar, os ambientadores e os perfumes para o lar não purificam o ar, mas contaminam ao emitir substâncias claramente tóxicas", explicou em Bruxelas o presidente da BEUC, Jim Murray, acrescentando que os níveis tóxicos de um quarto podem ser muito superior aos de uma "rua cheia de trânsito".
Para a associação, os perfumes para o lar representam "um risco real par a saúde não só para as pessoas alérgicas ou asmáticas, mas também mulheres grávidas e crianças, bem como todos os que os utilizam de forma habitual".
Actualmente, as empresas não são obrigadas a testar a toxicidade destes produtos, se bem que existe um "código de conduta" que as organizações de consumidores consideram "demasiado limitado".
As associações de defesa do ambiente exigem legislação que obrigue a medir a toxicidade destes produtos antes da comercialização e uma etiquetagem que advirta sobre a necessidade de evitar o seu uso na presença de população vulnerável.