Trabalhadores das Minas da Panasqueira recusaram hoje a entrar nas galerias

Lisboa, 11 out (Lusa) - Os trabalhadores das Minas da Panasqueira, onde morreu um mineiro na segunda-feira, concentraram-se hoje de manhã à entrada da mina escusando-se a trabalhar, em solidariedade com a morte do colega de 20 anos.

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Em declarações à Lusa, Luís Paulo, do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira, disse que "a empresa [que explora a mina, a Beralt Tin & Wolfram] prometeu pagar a quem fosse trabalhar hoje e que quem não fosse teria falta".

No entanto, acrescentou, "ninguém foi trabalhar às 7:00 da manhã", denunciando que "a empresa prefere os lucros".

Às 15:50 de segunda-feira, um mineiro de 20 anos, que trabalhava há mais de um ano nas Minas da Panasqueira, na Covilhã, morreu num desabamento no interior das galerias.

Luís Paulo contou à Lusa que o acidente com o mineiro ocorreu quando o trabalhador "andava a limpar uma frente" da mina.

Um outro mineiro, que estava no seu primeiro dia de trabalho, acabou por ficar ligeiramente ferido.

O problema - diz Luís Paulo - é a "falta de segurança" no interior da mina.

"Todo o pessoal novo que entra na mina não tem formação. Mandam-nos para dentro da mina e eles não sabem o que é a mina. Hoje em dia, quem vai para dentro de uma mina vai com o coração na mão. A segurança é pouca e eles querem é produção", acusa.

O sindicato, que, de acordo com o dirigente, ainda não teve qualquer informação da parte da empresa que explora a mina, vai reunir-se às 9:30 de hoje para decidir o que fazer em relação ao sucedido na segunda-feira.

 

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