Trabalhadores do Metro de Lisboa em greve contra "roubo dos salários"

Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa cumprem esta quinta-feira o primeiro de dois dias de greve parcial, em protesto contra as medidas do Governo previstas para a empresa. A paralisação, que encerrou todas as estações, teve início às 5h30 da manhã e estende-se até às 10h00. A Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS) já avançou que a adesão dos trabalhadores ronda os 100 por cento. No próximo dia 22, terça-feira, o metro volta a parar no mesmo período.

RTP com Lusa /
Os trabalhadores do Metro de Lisboa reivindicam um "serviço público de qualidade" José Sena Goulão/ Lusa

"O Metro está totalmente encerrado. Os trabalhadores da área da exploração que deviam ter entrado neste turno não o fizeram e as estações estão todas encerradas. Não há qualquer movimento de carruagens", declarou o dirigente sindical Paulo Machado à Lusa. A empresa garantiu esta manhã que a circulação estará normalizada a partir das 10h30.

A greve convocada pela FECTRANS abrange ainda os trabalhadores administrativos, técnicos superiores e de apoio, que deverão parar entre as 8h00 e as 12h00. De acordo com um comunicado, a dupla jornada de luta das Organizações dos Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa é uma insurreição “contra os roubos dos seus salários, subsídios de férias e de Natal”, bem como a “luta pela manutenção dos seus postos de trabalho”.

Os sindicalistas falam ainda numa série de “problemas colocados aos passageiros que assentam em mentiras sucessivas do Governo”. No mesmo comunicado, os trabalhadores defendem que “a empresa deve manter-se como pública (…) porque as empresas quando são privatizadas passam a ter como objetivo principal o ‘lucro’”. O recente aumento dos bilhetes e dos passes é a prova do que estão a tentar preparar”, assinalam.

Silva Marques, do Sindicato dos Trabalhadores do Metro, acrescentou, em declarações à Antena 1 que o atual serviço público prestado pela empresa “está a ser inquinado” e que a administração não está a cumprir o acordo da empresa que foi “assinado livremente”, denunciando a “falta de diálogo com a tutela”.

Anabela Carvalheira, da FECTRANS, fez saber à Antena 1 que caso não haja resposta às reivindicações por parte da administração da empresa, as organizações sindicais voltarão a reunir-se no sentido de ponderar novas formas de luta.

Além das greves parciais de hoje e da próxima terça-feira, os sindicatos defendem ainda que os trabalhadores não aceitem realizar horas extraordinárias durante o festival Rock in Rio, que decorre no Parque da Belavista entre 25 e 26 de maio e entre um e três de junho.

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