O director da maior sala de espectáculos dos Açores adiantou hoje à agência Lusa que, para a noite grande do Carnaval, na próxima segunda-feira, a lotação "está completamente esgotada", apenas existindo "alguns" ingressos para os bailes de sexta-feira e sábado.

Construído em 1917, o Coliseu Micaelense cumpre a tradição de Carnaval há mais de 80 anos, com algumas interrupções, transformando a sala de espectáculos, recentemente reconstruída, num salão de baile.

José Andrade adiantou que este ano, para além dos habituais bailes de sexta e de segunda-feira, também no sábado haverá baile, e destacou as "novidades" introduzidas ao nível da decoração do espaço.

"Vamos tentar recriar um ambiente festivo das antigas decorações e com cenários que possam sugerir um ar carnavalesco de ambiências tropicais", explicou o responsável, ao recordar que se "mantém a tradição" de os participantes, vestidos de gala, levarem para os bailes "cestas com comes e bebes decoradas a rigor com motivos carnavalescos".

Os três bailes vão ser animados por uma banda constituída por 16 músicos da Orquestra Nacional Ligeira do Exército, que se constituíram propositadamente para o evento.

Para garantir que tudo corre bem, cerca de uma dezena de agentes de uma empresa privada de segurança vão estar no interior do Coliseu, a par de uma dezena de bombeiros em vigilância permanente, assegurou José Andrade.

No exterior do edifício haverá um reforço da vigilância, com a colaboração da PSP.

Outra das mais importantes tradições da época na maior ilha açoriana realiza-se na tarde de terça-feira, altura em que centenas de pessoas afluem para avenida marginal de Ponta Delgada para participarem na "Batalha das Limas".

Em camiões ou a pé, os foliões, munidos de sacos com água e limas (pequenos invólucros feitos de cera e com água), preparados ao longo de semanas, "travam" uma verdadeira batalha campal, que se inicia às 15:00 e prolonga até ao início da noite.

O assessor da Câmara de Ponta Delgada para a Juventude e Tempos Livres adiantou à Lusa que a batalha deste ano deverá contar com quinze equipas em camiões, constituída cada uma, em média, por 20 a 25 elementos.

José Leal explicou que destas 15 equipas, 12 têm o patrocínio da autarquia, através da sua empresa municipal (ANIMA), que "desde há três anos tem vindo a apoiar" a iniciativa, para " manter uma tradição única e genuína".

O patrocínio da autarquia abrange a cedência de 25 camisolas a cada equipa, com uma cor identificativa, três faixas para colocarem nos camiões, e ainda uma quantia monetária para despesas do aluguer dos camiões.

"Trata-se de uma festa única, que tem tido uma grande adesão da juventude, e, inclusivamente, tem ganho novos adeptos de outros concelhos de São Miguel", refere José Leal, que assegura que a batalha chega a ter mais de 700 participantes.

Os "combatentes" deslocam-se em camiões, protegidos com capacetes, mas segundo descreve José Leal, também são muitos aqueles que optam por batalhar no chão, preparados para "atirar" sobre quem se atrever a transitar pela marginal no Dia de Carnaval.