Transformar a casa em laboratório e fazer Ciência Viva com os mais novos

A ciência está na ordem do dia e é nela que procuramos as respostas que ainda nos faltam neste contexto de pandemia. Se há uns séculos a ciência era vista como heresia, hoje depositamos nela a esperança e a fé para a solução dos elementos - naturais ou não - que nos fazem menos bem.

Nuno Patrício - RTP /
Foto: Ciência Viva/RTP/DR

Sem nos apercebermos, a ciência está "mesmo" por todo o lado. Da cozinha à casa de banho, passando pela garagem ou pelo antigo barracão, onde velhos utensílios mostram já o vermelho da ferrugem do tempo, nenhuma divisão do mundo que nos rodeia fica de fora. 

Em tempos de isolamento social, o programa didático e educacional da Ciência Viva, desenvolvido em parceria estreita com o Pavilhão do Conhecimento e muitos outros pontos desta mecânica científica, espalhados pelo país fora, pede agora que transformemos a nossa casa num laboratório. 

Um bom ponto para começar pode ser a cozinha, tentando encontrar fósseis na bancada de mármore onde habitualmente fazemos as refeições, ou aquele pão com manteiga, ainda quentinho e aromático.
Neste momento em que a saúde da população do planeta está a viver um surto pandémico com o novo coronavírus, esta plataforma apresenta tudo sobre a Covid-19.
Rosália Vargas, presidente da Ciência Viva, conversou com a RTP e explicou como é isto de transformar a casa num lugar - laboratório - onde habitualmente andam pessoas todas vestidas de branco, de luvas, às vezes com máscaras, e que usam aparelhos estranhos.

"A ciência está em todo o lado e também está em casa", refere Rosália Vargas. "Está no quarto de dormir, está na sala, está na casa de banho, está na cozinha e está no parapeito da janela".

A ideia pode parecer estranha inicialmente. Mas passamos a acreditar quando olhamos com mais atenção e verificamos que muito do que nos rodeia são amostras do passado, como os fósseis na pedra mármore da janela, de um mosaico ou mesmo da bancada da nossa cozinha.

É nesta plataforma, disponível em ciênciaviva.pt, que se revela como podemos, em nossas casas, observar e realizar experiências dignas de um verdadeiro laboratório sensorial e vivo. E apenas com o que nos rodeia.

A ciência para todos
Fazer ciência na plataforma #cienciavivaemcasa não exige "canudo" académico, nem o envio de um curriculum detalhado, tão-pouco ter mais de 18 anos. Esta plataforma é um conceito aberto, jovem e com uma linguagem acessível a todos. Miúdos e graúdos são ambos, aqui, potenciais cientistas e investigadores.

Ao descobrir as dezenas de desafios que a Ciência Viva oferece, o difícil será parar: experiências e desafios disponíveis para o mundo com conteúdos em português, mas também em inglês.

"É uma plataforma bilingue e intemporal que não perderá validade após o período de confinamento, mas que nesta fase permite às famílias, aos professores e a todos os apaixonados pela ciência terem acesso a um espólio riquíssimo e muito diversificado de conteúdos, recursos e desafios para todas as idades", explica Rosália Vargas, presidente da Ciência Viva.

O conceito é aberto. Também os professores, com o seu enorme papel, sublinha a presidente da Ciência Viva, podem propor experiências aos alunos, em aulas à distância, para todos os graus de ensino e áreas científicas.
Experiências, em tempo de confinamento, em a imaginação não se esgota, para as famílias explorarem em conjunto, como por exemplo: construir um pára-quedas, classificar os peluches de casa ou programar um pequeno jogo de computador.

Mas há igualmente propostas para os que gostam de ler: dezenas de sugestões de livros científicos e de literatura infantil que as famílias podem aproveitar em conjunto. 

Como a ciência não se esgota na Terra, há ainda propostas para todos poderem realizar um pequeno sonho e treinar como um astronauta, como os que estão em confinamento no espaço fazem, e chegar ao final da quarentena em boa forma física.

No final, uma vez a casa transformada num laboratório e todas as experiências bem sucedidas, o convite da Ciência Viva é para que as famílias e curiosos por ciência partilhem as suas fotografias e experiências com a hashtag #cienciavivaemcasa.
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