Três detidos em buscas a IMT, PSP, Polícia Municipal e Autoridade Rodoviária

Três pessoas foram esta quarta-feira detidas pela PSP no âmbito de buscas efetuadas a vários organismos públicos por suspeitas de corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, falsidade informática, favorecimento pessoal, denegação de justiça e prevaricação.

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A operação de buscas está a ser levada a cabo pela Divisão de Investigação Criminal da PSP Pedro A. Pina - RTP

Segundo o porta-voz da Direção Nacional da Polícia, um dos detidos é um funcionário civil da própria PSP.

As diligências incidiram nas instalações de Lisboa da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), da Divisão de Trânsito da PSP de Lisboa, do Departamento de Gestão Financeira da PSP e da Polícia Municipal de Lisboa, segundo o porta-voz do Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP.
 
O edifício do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, na Avenida Elias Garcia, foi encerrado e a maioria dos trabalhadores foi mandada para casa.

Os utentes lamentam o silêncio e afirmam que deviam ter sido avisados, com o constatou a jornalista da RTP Patrícia Machado à porta do IMT, na Avenida Elias Garcia.

A investigação, que decorre há pelo menos ano e meio, está a cargo da Divisão de Investigação Criminal da PSP de Lisboa, num inquérito da 9ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa.
Corrupção e falsidade informática
Corrupção ativa e passiva, acesso ilegítimo, falsidade informática, favorecimento pessoal, denegação de justiça e prevaricação são os alegados crimes na base da operação da PSP.

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), também um escritório de advogados e instalações do Automóvel Clube de Portugal (ACP) foram alvo de buscas.

A PGDL acrescenta que elementos da divisão de trânsito da Polícia de Segurança Pública (PSP), funcionários e juristas da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), ACP e advogados dedicavam-se, pelo menos desde 2015, a identificar condutores que tinham sido alvo de contraordenações através do acesso indevido a bases de dados informáticos relacionados com a gestão de autos - SCOR e SIGA.

A troco de vantagens pecuniárias, eram obtidas decisões favoráveis aos condutores alvo de contraordenações de modo a eliminarem os dados do seu Registo Nacional de Condutores (RNC) ou a conseguirem segundas vias de cartas de condução.

A PGDL refere ainda que um dos três detidos está indiciado pelo crime de detenção de arma proibida.

c/ Lusa
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