Tribunal iniciou julgamento de gangue «El Pibe 1x2» com 18 arguidos
Esposende, Braga, 19 Mar (Lusa) - A Vara Mista do Tribunal de Esposende iniciou, hoje, o julgamento do chamado caso "El Pibe 1X2" que envolve um gangue com 18 arguidos, seis dos quais em prisão preventiva.
A audiência começou com a identificação dos arguidos e a leitura da acusação que sob eles impende, entre os quais se conta, Bruno Timóteo, um antigo participante no programa televisivo "Big Brother" e que ficou conhecido pela alcunha de "pasteleiro".
Segundo a acusação, o Bruno e outros dois arguidos - um deles conhecido como o "Totobola" e o outro como "Carias" - eram os alegados cabecilhas da rede que terá praticado diversos crimes de roubo, furto e lenocínio.
Ao todo, o núcleo duro do gangue era, alegadamente, constituído por oito elementos.
Os arguidos são globalmente acusados de assaltos a casais de namorados a quem roubavam o carro, a delegações dos CTT, bombas de gasolina, caixas Multibanco, estaleiros de empresas de construção, estabelecimentos e centros comerciais e armazéns de mercearia.
Terão, entre outros furtos, assaltado um campo de futebol em Fão, Esposende, de onde levaram seis toneladas de aço.
O caso foi conhecido em Julho de 2007, quando o Núcleo de Investigação Criminal da GNR desencadeou uma operação, em quatro distritos do Norte e Centro, que envolveu 400 militares e que resultou na detenção de 23 pessoas, na apreensão de 20 viaturas, documentos, motos, barcos, material de construção civil e armas de fogo.
Foi no concelho de Esposende que grande parte dos detidos foi capturada, mas a acção desenvolveu-se também na Póvoa de Varzim, Vila do Conde, Matosinhos (do distrito do Porto), em Vila Real e em Pinhel (distrito da Guarda).
Os detidos, cinco dos quais foram depois ilibados, eram todos do sexo masculino, com idades entre os 25 e os 40 anos, e uma parte deles é suspeita de favorecimento da prostituição e de apoio à imigração ilegal.
A acusação sustenta que se trata de um grupo que denota alguma preparação dos actos ilícitos, alguma organização, e actuava em rede".
Os automóveis eram roubados na via pública, em locais de estacionamento, ou então de forma violenta, à mão armada, nomeadamente através do método "carjacking". Os detidos terão ainda sido responsáveis pelo roubo de caixas ATM (Multibanco) localizadas junto a supermercados, e por outros roubos em armazéns, centros comerciais e farmácias.
A vertente mais violenta do grupo acontecia em assaltos a casais de namorados em locais isolados. As vítimas eram previamente estudadas. "O principal alvo eram os casais que à partida nunca apresentariam queixa junto da polícia por não quererem que a sua situação fosse tornada pública."
LM.