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Troika tornou pobre um em cada cinco portugueses

por Rui Sá, João Fernando Ramos

A Amnistia Internacional (AI) alerta para perda de apoios dos deficientes portugueses.
Um problema que a ONU já sinalizou como consequência das medidas de austeridade impostas pela Troika.
Os cortes nos apoios durante os anos da assistência financeira não foram revertidos.
No Jornal 2 Pedro Neto, Porta-voz da AI lembra que o problema afeta os mais vulneráveis da sociedade e que há dois anos que tem sido alvo de denuncias do Comité das Nações Unidas para os Direitos das Pessoas com Deficiência.

O aumento da pobreza entre os grupos mais vulneráveis da população: deficientes, crianças e idosos, foi outro dos resultados de politicas que um dos mais prestigiados institutos de análise económica alemães diz resultaram num agravamento dos problemas estruturais do país.

O estudo publicado esta quarta feira constata que "As famílias tiveram de usar uma grande parte do seu rendimento disponível para pagar a enorme dívida e ficaram com menos dinheiro disponível para consumo".

Neste trabalho sobre os efeitos da austeridade entre 2010 e 2014 em Portugal, Espanha e Itália, os analistas chegam à conclusão que no nosso país "o governo aumentou impostos e cortou despesa, o que só amplificou o efeito. A quebra no consumo privado reduziu o PIB e o desemprego, que já estava elevado, aumentou de novo".

Entre 2010 e 2014 a riqueza do país teve uma quebra de 6,2%. A dívida, essa, cresceu de 108 para 128,7% do PIB.

Um em cada cinco portugueses ficou em risco de pobreza. Desses, e segundo o Instituto Nacional de Estatística, quando terminou o programa de assistência da troika, em 2015, 25,7% vivia em privação material e 10,6% em situação de privação material severa.

Os grupos mais frágeis da população foram os mais afetados. Crianças, deficientes, idosos.


43% dos idosos institucionalizados sobre de desnutrição


Um estudo estudo liderado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, que esta quarta feira foi tornado público mostra problemas graves de desnutrição numa população em envelhecimento acelerado.

43% dos maiores de 65 anos internados em lares têm problemas de desnutrição. Naquela população não institucionalizada a prevalência de risco deste problema fica-se pelos 17%.

Teresa Madureira, a nutricionista que coordenou o estudo, faz no entanto questão de referir que estes dados não permitem concluir que há problemas de tratamento dos idosos nestas instituições - quem está institucionalizado tem média de idade mais alta, maiores problemas de saúde que muitas vezes, a par da desnutrição, são as razões que levam ao internamento.

Este trabalho revela também que a perceção da solidão e maior entre os idosos que estão em lares de terceira idade, do que entre aqueles que vivem em suas casas, mesmo que sozinhos.


Portugal é na Europa um dos países com envelhecimento mais rápido


Mais velhos, deprimidos, em estado de fragilidade física e psicológica. Problemas a ter em conta no dia em que um artigo científico publicado na revista Lancet, revela que uma mulher que nasça em Portugal em 2030 deve viver 87 anos e meio. Mais quatro anos do que era a sua esperança média de vida em 2015.

Diversos especialistas lembram que o aumento da esperança média de vida implica um maior número de neoplasias de diversos tipos e o aumento das mortes por falência cardiorrespiratória.

Desafios ao sistema de saúde a que se somam outros ao sistema de segurança social e para os quais Portugal tem que se preparar... é que os estudos internacionais sinalizam o nosso país como um dos cinco na Europa onde o envelhecimento da população será mais acelerado na próxima década.
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