Ucrânia. Bombeiros da Guarda suspendem temporariamente receção de bens por falta de espaço
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Egitanienses, na Guarda, suspendeu temporariamente a recolha de bens para ajudar o povo ucraniano por falta de espaço nas instalações do quartel, disse hoje à agência Lusa o presidente da organização.
"Suspendemos a receção de bens na terça-feira à tarde, por falta de espaço para a colocação das dádivas. Estamos à espera que cheguem os camiões para começarmos a colocar as paletes [com os bens angariados] no seu interior, para termos espaço para solicitarmos depois às associações de bombeiros do distrito que nos tragam as outras dádivas que receberam, para as voltarmos a acondicionar na garagem do quartel", explicou Carlos Gonçalves.
Segundo o responsável, a corporação de bombeiros teve de decidir pela suspensão temporária da receção de bens nas suas instalações, por no distrito da Guarda se ter verificado "uma onda de solidariedade enorme" para com o povo ucraniano.
"Neste momento, já temos bens para [completar] quatro camiões de grande porte, para serem transportados para a fronteira entre a Polónia e a Ucrânia", disse.
Carlos Gonçalves adiantou que, "provavelmente, entre domingo e segunda-feira, os camiões sairão do quartel" com os bens angariados na região.
Os bombeiros da Guarda estão a receber donativos para ajudar a Ucrânia no âmbito da campanha "Juntos pela Ucrânia - Vamos encher um camião da Guarda com ajuda humanitária!".
Trata-se de uma iniciativa da Federação Nacional dos Estudos Europeus (FNEE), realizada em parceria com as empresas transportadoras Transportes Pascoal e TMP Transport.
A ação, que também envolve a Federação de Bombeiros do Distrito da Guarda, contempla a recolha de bens em todos os quartéis de bombeiros locais.
Segundo os promotores da campanha, entre os bens necessários destacam-se produtos de primeiros socorros, artigos de higiene pessoal, alimentação e roupa.
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Egitanienses também ofereceu uma ambulância de socorro à Ucrânia.
Foi a forma que a direção liderada por Carlos Gonçalves encontrou "para homenagear todos os bombeiros da Ucrânia".
"A ambulância estava a funcionar com normalidade, ainda podia continuar a ser usada por nós, mas verificámos que fazia mais falta aos bombeiros da Ucrânia".
O dirigente adiantou que a ambulância "saiu da Guarda no domingo à tarde" e já "deve estar a caminho da fronteira da Polónia com a Ucrânia".
Este responsável adiantou que a ambulância "saiu da Guarda no domingo à tarde, para a Associação Humanitária de Óbidos, e deve estar a caminho da fronteira da Polónia com a Ucrânia".
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.