País
"Uma ferida aberta que nos dói e envergonha". D. José Ornelas pede perdão às vítimas de abusos sexuais na Igreja
O bispo José Ornelas, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, lamentou a "dolorosa realidade" dos abusos sexuais cometidos, falando numa "ferida aberta" que envergonha a Igreja e considerando que os "menores têm de sentir proteção" nessa instituição. As declarações surgem após a apresentação do relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, esta segunda-feira.
“O relatório hoje publicado exprime uma dura e trágica realidade: houve e há vítimas de abuso sexual provocadas por clérigos e outros agentes pastorais no âmbito da vida e das atividades da Igreja em Portugal”, começou por dizer o bispo, em conferência de imprensa.
José Ornelas falou numa “ferida aberta” que magoa e envergonha a Igreja, pelo que em nome desta pediu perdão a todas as vítimas. “Às que deram corajosamente o seu testemunho e calaram durante tantos anos, e às que ainda convivem com a dor no íntimo do coração sem a partilharem com ninguém”, disse.
“Nas vossas vidas atravessou-se a perversidade, onde nunca deveria ter estado. O vosso testemunho é para nós um alerta e um pedido de ajuda a que não queremos nem podemos ficar surdos”, declarou o prelado. “Temos consciência de que nada pode reparar o sofrimento e a humilhação que foram provocados a vós e às vossas famílias, mas estamos disponíveis para vos acolher e acompanhar na superação das feridas que vos foram causadas e na recuperação da vossa dignidade e do vosso futuro”.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa frisou que “os abusos de menores são crimes hediondos” e defendeu que quem os comete “tem de assumir as consequências dos seus atos e as responsabilidades civis, criminais e morais daí decorrentes”.
“É preciso que reconheçam a verdade, sem nada esconder. Que se arrependam sinceramente, que peçam perdão a deus e às vítimas e que procurem uma mudança radical de vida, com a ajuda de pessoas competentes, na certeza de que o caminho da justiça encontrará sempre lugar no coração bondoso e misericordioso de deus”, considerou.
“Pedimos desculpa”
D. José Ornelas reconheceu que o estudo da Comissão Independente, segundo a qual podem ter sido vítimas de abuso às mãos de membros da Igreja Católica em Portugal 4.815 menores nos últimos 72 anos, apresentou um número “muito maior” do que a Igreja pôde apurar até hoje.
“Pedimos desculpa por não termos sabido criar formas eficazes de escuta e de escrutínio interno e por nem sempre termos gerido as situações de forma firme e guiada pela proteção prioritária dos menores”, declarou este responsável da igreja, dizendo acreditar, porém, que “a mudança está a acontecer”, algo que “devemos também, e muito, aos papas Bento XVI e Francisco, à ação dos meios de comunicação social e à nova sensibilidade que cresce dentro da Igreja e da sociedade em geral”.
José Ornelas falou numa “ferida aberta” que magoa e envergonha a Igreja, pelo que em nome desta pediu perdão a todas as vítimas. “Às que deram corajosamente o seu testemunho e calaram durante tantos anos, e às que ainda convivem com a dor no íntimo do coração sem a partilharem com ninguém”, disse.
“Nas vossas vidas atravessou-se a perversidade, onde nunca deveria ter estado. O vosso testemunho é para nós um alerta e um pedido de ajuda a que não queremos nem podemos ficar surdos”, declarou o prelado. “Temos consciência de que nada pode reparar o sofrimento e a humilhação que foram provocados a vós e às vossas famílias, mas estamos disponíveis para vos acolher e acompanhar na superação das feridas que vos foram causadas e na recuperação da vossa dignidade e do vosso futuro”.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa frisou que “os abusos de menores são crimes hediondos” e defendeu que quem os comete “tem de assumir as consequências dos seus atos e as responsabilidades civis, criminais e morais daí decorrentes”.
“É preciso que reconheçam a verdade, sem nada esconder. Que se arrependam sinceramente, que peçam perdão a deus e às vítimas e que procurem uma mudança radical de vida, com a ajuda de pessoas competentes, na certeza de que o caminho da justiça encontrará sempre lugar no coração bondoso e misericordioso de deus”, considerou.
“Pedimos desculpa”
D. José Ornelas reconheceu que o estudo da Comissão Independente, segundo a qual podem ter sido vítimas de abuso às mãos de membros da Igreja Católica em Portugal 4.815 menores nos últimos 72 anos, apresentou um número “muito maior” do que a Igreja pôde apurar até hoje.
“Pedimos desculpa por não termos sabido criar formas eficazes de escuta e de escrutínio interno e por nem sempre termos gerido as situações de forma firme e guiada pela proteção prioritária dos menores”, declarou este responsável da igreja, dizendo acreditar, porém, que “a mudança está a acontecer”, algo que “devemos também, e muito, aos papas Bento XVI e Francisco, à ação dos meios de comunicação social e à nova sensibilidade que cresce dentro da Igreja e da sociedade em geral”.
Agora que foram apresentadas as conclusões da Comissão Independente, a Conferência Episcopal promete procurar os mecanismos “mais eficazes e adequados para fomentar uma maior prevenção e para resolver os possíveis casos que possam ocorrer”.
“A tolerância zero para com os casos de abusos tem de ser uma realidade em toda a Igreja e por isso não toleraremos abusos nem abusadores”, acrescentou.
Nesse sentido, está já está já marcada uma assembleia plenária extraordinária da Conferência Episcopal para o dia 3 de março que será dedicada exclusivamente ao debate sobre este tema e às questões contidas no relatório agora divulgado, nomeadamente as recomendações que nele são feitas para a Igreja e para toda a sociedade.
“A tolerância zero para com os casos de abusos tem de ser uma realidade em toda a Igreja e por isso não toleraremos abusos nem abusadores”, acrescentou.
Nesse sentido, está já está já marcada uma assembleia plenária extraordinária da Conferência Episcopal para o dia 3 de março que será dedicada exclusivamente ao debate sobre este tema e às questões contidas no relatório agora divulgado, nomeadamente as recomendações que nele são feitas para a Igreja e para toda a sociedade.
Questionado sobre o que irá a Igreja fazer em relação aos padres que são suspeitos de abusos sexuais e continuam no ativo, D. José Ornelas respondeu que o relatório divulgado esta segunda-feira não contém nomes e que nenhuma decisão pode ser tomada até que o documento seja analisado na íntegra.