O ministro da Presidência negou esta tarde que obrigar os utentes maiores de 84 anos a deslocarem-se aos centros de saúde para serem vacinados contra a covid-19 e contra a gripe seja uma "limitação de acesso".
"É exatamente o contrário", garantiu António Leitão Amaro, explicando que o executivo tomou a decisão "nova" de expandir o acesso à dupla dosagem, quando até agora "a população acima dos 85 anos tinha apenas uma" vacina.
"Queremos cuidar da vida destas pessoas", afiançou o ministro, lembrando que desta forma obtêm "mais proteção".
"Vacinação melhor para os mais velhos, esta é a grande decisão", destacou.
Referindo "de cabeça", que o investimento nesta estratégia orçará os oito milhões de euros, Leitão Amaro lembrou que a estratégia também comporta maiores riscos para uma população vulnerável, citando avaliação técnica da DGS.
"Esta dupla dosagem numa população mais vulnerável, é mais passível de riscos de reação imediata, designadamente anafilática", sendo por isso "altamente recomendável", pelo menos numa "fase inicial da vacinação", que esta população seja vacinada num local com nível de segurança clínica "mais elevado", explicou o ministro.
"Fazia sentido para a Direção Geral da Saúde, que isto fosse feito por enfermeiros", acrescentou, "desde logo e em primeira linha, pelos centros de saúde", mas também, mais uma novidade, "pelos enfermeiros nos lares".
A vacinação contra a gripe e contra a covid-19 arranca sexta-feira nas farmácias comunitárias em todo o país, mas acessível apenas para os utentes entre os 60 e os 84 anos.
Pessoas com idades superiores aos 85 anos terão de deslocar-se ao centro de saúde ou à sua USF, ou serem vacinados nos lares sob vigilância.
Entrevistada na Antena 1, a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, considerou que não fica em causa a acessibilidade à vacina.