Política
Eleições Legislativas 2025
André Ventura diz "nunca é nunca" a Montenegro e assume "cada vez menos esperança" no PSD
O presidente do Chega foi o entrevistado da noite de terça-feira no Telejornal - a segunda de uma série de entrevistas da RTP aos líderes dos partidos com assento parlamentar a dois meses das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio.
Depois do "não é não" de Luís Montenegro após as eleições legislativas de 2024, agora é André Ventura quem afirma ao líder do PSD que "nunca é nunca". Na entrevista à RTP, o líder do Chega considerou que o atual Executivo teria sido "muito diferente" se os social-democratas tivessem aceitado governar em maioria de direita, ao lado do terceiro partido mais votado.
Mas nem tal coligação hipotética não teria feito qualquer diferença na hora de derrubar o atual executivo. "É insustentável um primeiro-ministro estar sob este nível de suspeita e querer ser candidato", afirmou Ventura sobre o caso que envolve o chefe de Governo.
Lembrando também as suspeitas que recaem sobre Miguel Albuquerque, líder do PSD Madeira, André Ventura considera que Luís Montenegro "tem suspeitas graves no exercício das suas funções" e que há uma falta "gritante" de explicações que "o impedem eticamente" de voltar a ser primeiro-ministro.
Veja ou reveja aqui a entrevista completa.
Para que o Chega considere um apoio ao PSD, o partido terá de "fazer a sua própria limpeza interna", mas com Luís Montenegro a resposta é perentória: "Nunca é nunca".
"Com suspeitos de corrupção não faremos acordos", apontou, recordando de novo o caso da Madeira, que vai a eleições já no próximo domingo.
Questionado sobre o posicionamento do Chega com um eventual regresso de Pedro Passos Coelho à liderança dos sociais-democratas, André Ventura não responde diretamente, mas assume que tem "cada vez menos fé e esperança que o PSD alguma vez mude alguma coisa em relação ao que tem de mudar".
"Este governo não era de direita, era um produto da continuação do Governo socialista", atirou o líder do Chega para responder a quem critica a "aliança" à esquerda" para derrubar o Governo.
Acusou o executivo de Luís Montenegro de ter falhado várias promessas de campanha e considerou que "a maior traição é de um Governo a governar mal”, considerou.
André Ventura assumiu ainda sem rodeios que votou "muitas vezes ao lado do PS" ao longo do último ano apenas com o intuito a cumprir com a sua "palavra", dando o exemplo da questão das portagens, em que o Chega ajudou, em maio do ano passado, a aprovar um diploma dos socialistas para a eliminação das ex-SCUTS.
Casos no Chega. "Não adivinho o que vai acontecer"
Sobre o resultado que o Chega poderá obter nestas eleições, André Ventura assumiu que terá uma derrota caso não consiga voltar a eleger 50 deputados e que, nesse caso, irá "devolver aos militantes do partido" a escolha do novo líder.
"O meu lugar está sempre à disposição", garantiu Ventura, acrescentando que o partido "não teve medo" do escrutínio apesar dos vários casos recentes.
E precisamente a respeito desses casos, o líder do Chega afirmou que "limpou o partido".
"Os líderes políticos não escolhem os casos dos seus partidos, mas reagem aos casos de forma diferente", argumentou André Ventura, quando questionado sobre uma eventual punição por parte do eleitorado.
"Se o cameramen da RTP sair daqui roubar dois carros ali fora, não é culpa sua", rematou o presidente do Chega quando confrontado com o facto de ter uma palavra a dizer sobre os nomes que são escolhidos para o partido. "André Ventura nunca se escondeu nem fugiu dos jornalistas", afirmou ainda.
Garantiu que o deputado Miguel Arruda não voltará a ser candidato pelo Chega, mas que o "presidente da câmara de Gaia, suspeito de crimes de corrupção, mantém-se ligado ao PS" e que Miguel Albuquerque "mantém-se ligado ao PSD".
Sobre o resultado que o Chega poderá obter nestas eleições, André Ventura assumiu que terá uma derrota caso não consiga voltar a eleger 50 deputados e que, nesse caso, irá "devolver aos militantes do partido" a escolha do novo líder.
"O meu lugar está sempre à disposição", garantiu Ventura, acrescentando que o partido "não teve medo" do escrutínio apesar dos vários casos recentes.
E precisamente a respeito desses casos, o líder do Chega afirmou que "limpou o partido".
"Os líderes políticos não escolhem os casos dos seus partidos, mas reagem aos casos de forma diferente", argumentou André Ventura, quando questionado sobre uma eventual punição por parte do eleitorado.
"Se o cameramen da RTP sair daqui roubar dois carros ali fora, não é culpa sua", rematou o presidente do Chega quando confrontado com o facto de ter uma palavra a dizer sobre os nomes que são escolhidos para o partido. "André Ventura nunca se escondeu nem fugiu dos jornalistas", afirmou ainda.
Garantiu que o deputado Miguel Arruda não voltará a ser candidato pelo Chega, mas que o "presidente da câmara de Gaia, suspeito de crimes de corrupção, mantém-se ligado ao PS" e que Miguel Albuquerque "mantém-se ligado ao PSD".
"Miguel Arruda não tinha registo criminal", sublinhou André Ventura sobre o deputado suspeito de furtar malas no aeroporto de Lisboa. "Eu atuo imediatamente, diferente dos outros", acrescentou.
"Vimos uma troca de favores inacreditável entre PS e PSD para se protegerem uns aos outros", afirmou André Ventura sobre esta comissão, acrescentando ainda que Portugal se tornou "numa república de troca de favores".
PR isento do "tráfico de influências" do regime
Em pré-campanha para as legislativas, a eleição presidencial do próximo
ano foi o primeiro tema desta entrevista conduzida pelo jornalista João
Adelino Faria. Sem esclarecer se será ou não candidato a Belém, o
líder do Chega garantiu que está "completamente focado nas
legislativas", mas assegurou que o Chega "terá voz" nas eleições de
janeiro do próximo ano.
"A minha obrigação é ter maioria para governar", vincou Ventura,
considerando que o que faz sentido é apresentar-se agora como candidato a
primeiro-ministro.
Sobre um eventual apoio a Gouveia e Melo, André Ventura não descarta
qualquer hipótese, mas assumiu de novo que o Chega deverá apresentar uma
candidatura própria.
Em relação ao perfil do próximo chefe de Estado, o líder do Chega espera que o próximo presidente da República possa estar "acima do espirito das tricas e das trocas de favores" e que "não se deixe sequestrar pelo tráfico de influências do regime".
Foi uma crítica direta dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa no dia em que a comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras chumbou a proposta de relatório do Chega. O documento acusava o presidente da República de "abuso de poder".
Perante os pedidos de serenidade e elevação na campanha para as eleições legislativas, André Ventura afirmou que "não há moderação" que valha perante "um país inundado em corrupção".