António Costa diz que há um sentimento nacional de revolta perante greve dos motoristas

por RTP
Fernando Veludo - Lusa

O Primeiro-ministro diz que há um claro sentimento nacional de revolta e incompreensão perante a greve dos motoristas de mercadorias e matérias perigosas. A paralisação ainda pode ser evitada já que está marcado um novo encontro para segunda-feira. O Governo volta a reunir-se com Sindicatos e com a ANTRAM, mas em reuniões separadas.

O primeiro-ministro disse esta sexta-feira que a reunião de segunda-feira será a derradeira oportunidade para travar a paralisação com início previsto a 12 de agosto.

"Eu queria aqui, mais uma vez, fazer um apelo às partes para que na próxima segunda-feira possa haver um entendimento nesse esforço negocial, que como sempre deve prevalecer", afirmou António Costa, que falava após a reunião semanal com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, realizada na Alcaidaria do Castelo de Loulé.

Na manhã de segunda-feira, o Ministério das Infraestruturas e Habitação receberá o Sindicato Independente dos Motoristas de Matérias Perigosas e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias - as estruturas que convocaram a greve e pediram a reunião.

O primeiro-ministro garante que, se não houver acordo, o Executivo tudo fará para minimizar o impacto da greve.
Sindicato lamenta palavras de António Costa

Em reação às declarações do Primeiro-ministro, o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas refere que as palavras de António Costa são a prova de que o poder político está aliado ao poder económico.

Numa declaração enviada à RTP, a Estrutura Sindical adianta que para António Costa não são importantes as ilegalidades, nem a forma desumana como os motoristas são tratados, nem os contratos que ficaram por cumprir do lado das empresas.

O advogado do Sindicato, Pedro Pardal Henriques, considera lamentável a declaração do Chefe do Governo.

No centro do braço-de-ferro entre os motoristas de transporte de matérias perigosas e os patrões está a exigência de um salário base de 900 euros em 2022. Actualmente, o vencimento base é de 630 euros, e o valor será actualizado para 700 euros em 2020.

A ameaça de um novo protesto por tempo indeterminado que poderá paralisar infra-estruturas e sectores-chave da economia em pleno verão está a alarmar diversas empresas e entidades.
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