António Filipe pede que reconhecimento da Palestina tenha "ações consequentes"

O candidato presidencial António Filipe pediu hoje que o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal seja acompanhado de "ações consequentes", designadamente a abertura de uma embaixada e pressão para um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza.

Lusa /

Em declarações à agência Lusa após um encontro com economistas no jardim do Príncipe Real, em Lisboa, António Filipe considerou que o reconhecimento, este domingo, do Estado da Palestina por Portugal é "um dado positivo, embora tardio", e pediu que "não seja um ato meramente simbólico".

"A esse reconhecimento deve corresponder uma ação consequente por parte do Estado português no plano internacional. Desde logo, impõe-se a abertura de uma embaixada a esse nível na Palestina, junto da Autoridade Palestiniana", defendeu.

O candidato presidencial, apoiado pelo PCP, considerou também que o reconhecimento deve traduzir "o empenhamento do Estado português no sentido do cumprimento das resoluções das Nações Unidas quanto ao Estado da Palestina, o que implica o reconhecimento das fronteiras de 1967 e da capital em Jerusalém Oriental", assim como o direito ao retorno dos refugiados palestinianos.

"E creio importante, desde já, que haja uma ação consequente no plano internacional no sentido de pressionar as autoridades de Israel para um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e para a cessão de violência, particularmente exercida pelos colonos, mas também pelas tropas israelitas, na Cisjordânia", disse, defendendo ainda que o Governo deve pedir também que seja levantado "qualquer entrave à entrada de assistência humanitária" na Faixa de Gaza.

Questionado se considera que a embaixada de Portugal na Palestina deve ser situada em Jerusalém Oriental, António Filipe indicou que, atualmente, a Autoridade Palestiniana está sediada em Ramallah, onde Portugal tem uma "representação diplomática portuguesa que deve ser elevada à categoria de embaixada".

"Mas não se deve perder de vista que, no futuro, e o mais rapidamente possível, deve haver condições para que a embaixada portuguesa na Palestina seja em Jerusalém Oriental, porque é essa a capital histórica do Estado palestiniano", afirmou.

No domingo, Portugal, Reino Unido, Canadá e Austrália formalizaram o reconhecimento do Estado da Palestina.

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