Autárquicas 2025. Braga

Na corrida para as eleições autárquicas de 12 de outubro de 2025, conheça os candidatos, os números do concelho e os resultados das últimas eleições autárquicas, que se realizaram em 2021.

RTP /
José Pinto Dias - RTP

Na contagem decrescente para as eleições autárquicas, a RTP realiza um ciclo de debates que se inicia com os candidatos a Braga, a 10 de setembro.
Candidatos à Presidência da Câmara
João Rodrigues candidata-se pela coligação “Juntos Por Braga” (PSD, CDS-PP e PPM). O atual presidente da Câmara, Ricardo Rio, liderava a coligação mas não se pode recandidatar devido à lei de limitação de mandatos. João Rodrigues, advogado de 37 anos e vereador desde 2017, tem a missão de manter a liderança do município. 

Tem apresentado como bandeiras eleitorais o transporte gratuito para todos os residentes no concelho, assim como a construção da circular externa de Braga. Nas redes sociais promete “reforçar a iluminação pública, aumentar a presença das forças de segurança nas ruas e instalar câmaras de videovigilância em pontos estratégicos”, por “uma Braga mais segura”. 

João Rodrigues é filho de Joaquim Barros Rodrigues, dono da gasolineira de Braga cliente da Spinumviva, empresa de Luís Montenegro.

António Braga, candidato da coligação “Somos Braga” (PS e PAN)
, foi secretário de Estado das Comunidades Portuguesas nos dois Governos de José Sócrates. Tem 72 anos, é licenciado em Filosofia e estava afastado da vida política desde 2012, quando perdeu as eleições para a concelhia de Braga do PS. Foi deputado à Assembleia da República, presidente da Assembleia Municipal de Braga e foi também inspetor de Ensino. 

Tem agora a missão de recuperar o antigo bastião socialista, liderado durante 37 anos por Mesquita Machado, até ao ano de 2013.

O candidato defende a criação da Área Metropolitana de Braga, que poderá ser alargada aos distritos de Viana do Castelo e Vila Real, e a solução de um metro de superfície por oposição ao projeto do BRT (metrobus), por considerar esta última “vai congestionar ainda mais o trânsito da cidade”. 

Filipe Aguiar é o candidato pelo Chega. É empresário, tem 54 e é o atual presidente da concelhia de Braga e vice-presidente da distrital. Defende a “transparência total” nas contas da autarquia e que os munícipes possam ter acesso, em tempo real, acesso às despesas e receitas do executivo regional. 

Outra das bandeiras é o desenvolvimento económico do concelho, com a criação de um polo tecnológico, bem como a redução do IMI. Filipe Aguiar foi o candidato do partido à câmara de Vieira do Minho em 2021, tendo obtido 90 votos (1%). 

Rui Rocha é o candidato da Iniciativa Liberal a Braga
depois de ter liderado o partido a nível nacional até às eleições legislativas de maio de 2025. Apresentou a demissão após esse escrutínio, por considerar que os resultados obtidos pelo partido não foram “suficientes”.

Deputado na Assembleia de República, Rui Rocha tem 55 anos e quer criar uma nova Área Metropolitana do Minho. Defende a criação de um metro de superfície e uma ligação ferroviária entre Barcelos, Braga e Guimarães. 

Afirmou, numa entrevista a uma rádio local, em julho, que sentiu o “chamamento” para se apresentar a estas eleições porque tanto PS como PSD apresentaram candidatos a Braga sem “o peso político que Braga mereceria”. 

Ricardo Silva encabeça o movimento independente “Amar e Servir Braga”. Arqueólogo de profissão, tem 44 anos e está a cumprir o terceiro mandato consecutivo como presidente da Junta de Freguesia de São Victor. 

No primeiro mandato fez parte das listas de uma coligação liderada pelo PSD, CDS-PP e PPM, mas em 2021 avançou como independente. Para esta eleição, admite que esteve em conversações com vários partidos, mas que não chegou a avançar para negociações devido às diferenças nos “conteúdos programáticos”. Este candidato defende que o projeto BRT (metrobus) será benéfico para o concelho e sublinha que são necessárias mais infraestruturas e melhores políticas de transporte. 

João Baptista foi o escolhido da CDU.
É engenheiro civil e trabalha como técnico superior na Infraestruturas de Portugal. Tem 52 anos e é atualmente deputado na Assembleia Municipal de Braga. Para este candidato, a habitação e a mobilidade são os principais problemas no concelho. 

Defende o reforço da frota dos Transportes Urbanos de Braga e a construção da variante do Cávado. Para além disso, quer estabelecer uma ligação ferroviária entre Braga e Guimarães, bem como a criação de um passe único intermodal regional. 

O candidato definiu como objetivo aumentar a votação da CDU em relação às últimas eleições autárquicas e conseguir eleger pelo menos dois vereadores. 

António Lima, do Bloco de Esquerda, avançou como candidato perante a ausência de “uma candidatura unitária de esquerda”. É advogado de profissão, tem 72 anos e já foi candidato à Câmara Municipal de Braga em 2005. Encabeçou a lista do BE à Assembleia Municipal de Braga em várias eleições, nomeadamente nas autárquicas mais recentes, em 2021 e 2017. 

À procura de ser o primeiro vereador eleito pelo Bloco de Esquerda em Braga, António Lima tem definido como prioridade da candidatura “o problema da habitação”, propondo a criação de bolsas de terreno urbanizado que possam ser disponibilizadas a cooperativas ou pessoas individuais. Destaca também a necessidade de reforço da mobilidade e transportes no concelho. 

Carlos Fragoso é o candidato do Livre.
Apresentou a candidatura depois de entender que não estavam reunidas as condições para uma coligação de esquerda, liderada pelo PS. “É como um namoro: uns resultam em casamento e outros não. Foi um pouco essa situação. Tivemos conversações e não houve acordo”, salientou Carlos Fragoso em declarações à rádio Antena Minho, jornal Correio do Minho e CMinho TV. 

Professor, com 63 anos, considera que o concelho de Braga “está mergulhado num marasmo”. Em declarações à agência Lusa, considerou que a Câmara de Braga foi “pouco mais do que uma agência de eventos e de anúncios”, mas sem quaisquer avanços no terreno. Fragoso promete combater os problemas de mobilidade e na habitação.

Francisco Pimentel Torres candidata-se em representação do ADN. Tem 66 anos, é licenciado em Engenharia de Produção de Sistemas e foi o número dois da Iniciativa Liberal à Assembleia Municipal de Braga nas eleições autárquicas de 2021. Assumiu o lugar durante cerca de dois anos que entretanto abandonou. 

Agora regressa como candidato pelo ADN, um partido que afirma não ser de extrema-direita e com o qual se identifica “a 90%”, segundo afirmou à Rádio Universitária do Minho. O candidato quer chegar a vereador para ser “o fiel da balança” e “impor” algumas das ideias que tem para a cidade de Braga, afirmou à agência Lusa. Pimentel Torres defende uma aposta forte no urbanismo e na habitação. 

Por fim, Hugo Varanda, do MPT, é candidato à Câmara de Braga e à União de Freguesias de Celeirós, Avelada e Vimieiro. Tem 24 anos e iniciou-se na política no Partido Popular Monárquico, tendo saído em janeiro de 2024, em rutura com a “liderança fraca” de Gonçalo da Câmara Pereira com a entrada na coligação da Aliança Democrática. Aderiu ao MPT ainda em 2024 e foi candidato à Assembleia da República pelo círculo de Évora nas eleições legislativas de 2024 pela coligação Alternativa 21 (MPT + Aliança). 

Nesta eleição, defende a transparência da gestão autárquica e valorização das freguesias, colocando ênfase na união de freguesias a que se candidata. 
Braga em números
- População: 203.519 (+4,2% em relação a 2021)
- N.º de eleitores: 167.833
- Rendimento médio mensal: 1.391€
- Valor de habitação por m²: 1.504€ (+41,9% em relação a 2021)
- Ramo de atividade com mais trabalhadores:
  • Indústrias transformadoras
  • Administrativa e dos serviços de apoio
  • Consultoria, científica, técnica e similares
- N.º de empresas:
  • Pequenas: 27.391
  • Médias: 207
  • Grandes: 19
- Desemprego: 4,6%
- Vitórias eleitorais em Autárquicas: PS - 10 / PSD - 3

Notas metodológicas: A RTP reuniu os dados de cada concelho no que diz respeito à população, rendimento médio mensal, ramos de atividade dominantes na economia, percentagem de pessoas inscritas no centro de emprego e valores [da] habitação. Para além das 18 capitais de distrito, às quais se juntam Ponta Delgada e Funchal, damos também destaque aos dois concelhos mais populosos do país: Sintra e Vila Nova de Gaia.

Ao nível da população, [consideram-se] as estimativas provisórias de população residente – pós-censitárias – revistas em junho de 2024, com variação percentual em relação aos Censos de 2021. O número de eleitores diz respeito a 15 de junho de 2025, conforme consta no Diário da República n.º 115/2025, Série II de 2025-06-17.

Relativamente ao rendimento médio mensal, contabiliza-se o valor bruto, em euros, auferido pelos trabalhadores por conta de outrem de cada concelho em 2023. Para efeitos de comparação, a média nacional situava-se em 1.460,8 €, mas apenas seis dos concelhos analisados estão acima deste valor ou com valores aproximados.

Quanto aos ramos de atividade com maior número de trabalhadores, são apresentados os três setores com mais pessoal empregado. Os dados referem-se a 2023, mas refletem a tendência dos últimos anos.

No que respeita às empresas de cada concelho, as pequenas têm até 50 trabalhadores e um volume de negócios até 10 milhões de euros; as médias têm menos de 250 trabalhadores e até 50 milhões de euros; e as grandes contam com mais de 250 trabalhadores e um volume de negócios superior a 50 milhões de euros (dados de 2023).

Incluem-se ainda os dados do desemprego no continente, nomeadamente a percentagem de pessoas inscritas nos centros de emprego (à procura do primeiro emprego ou desempregadas), calculada a partir do valor médio mensal de inscritos em 2024. Nas regiões autónomas, foi apenas possível obter os dados relativos à taxa de desemprego (NUTS II – 2024) no 2.º trimestre de 2025. Para comparação, a percentagem nacional foi de 5,9 %.

Sobre a habitação, os dados apresentam o valor mediano da avaliação bancária por metro quadrado registado em 2024, com a respetiva variação percentual face a 2021, ano das anteriores eleições autárquicas. A referência nacional situa-se em 1.662 €/m² e a variação nacional foi de um aumento de 35 %.

Por fim, são também apresentados os resultados das anteriores eleições autárquicas, realizadas em 26 de setembro de 2021.

Fontes: PORDATA; INE; Secretaria-Geral da Administração Interna; Diário da República; CNE
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