Autárquicas. Candidatos a Gaia unânimes na necessidade em criar habitação pública e acessível
Os candidatos à Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia foram hoje unânimes na necessidade em criar habitação pública e acessível nos próximos anos apresentando, contudo, medidas diferentes para cumprir esse objetivo.
Num debate na RTP3, que colocou frente a frente sete dos oito candidatos àquela autarquia do distrito do Porto, atualmente liderada pelo PS, o único ausente foi o cabeça de lista do Chega, António Barbosa, por motivos de saúde.
Sendo a habitação uma das principais prioridades e preocupações apontadas pelos candidatos às eleições de 12 de outubro, o candidato do PSD/CDS-PP/IL, Luís Filipe Menezes, prometeu construir 4.000 casas de renda acessível e controlada até 2029, das quais 40% no interior do concelho e nas freguesias mais distantes para, assim, combater o despovoamento.
Acusando o PS de ter feito muito pouco nesta matéria, o social-democrata, que assumiu a liderança da câmara entre 1997 e 2013, defendeu que o investimento deve ser privado e público.
Refutando as críticas de Luís Filipe Menezes, o candidato do PS, João Paulo Correia, propõe-se construir 5.000 habitações até 2035, reabilitar 600 habitações do parque municipal e duplicar de 450 para 900 em dois anos o número de famílias apoiadas.
Nesta matéria, o ex-secretário de Estado da Juventude prometeu ainda reduzir a taxa de Imposto Municipal (IMI) para o mínimo legal.
Já o candidato da CDU, André Araújo, que defendeu casas para morar e não para especular, lembrou que nos últimos quatro anos construiu-se como nunca em Gaia, mas também o preço do metro quadrado subiu como nunca.
Dizendo que o problema da habitação é grave, o comunista quer que o Estado central intervenha e assuma as suas responsabilidades.
Por seu lado, o candidato da coligação BE/Livre, João Martins, traçou como meta construir 20.000 casas até 2030.
Uma das soluções apontadas para concretizar este propósito passa pelas cooperativas de habitação que funcionaram noutros concelhos, nomeadamente em Matosinhos, apontou.
Também o candidato do Volt, Daniel Gaio, considerou que é preciso criar cooperativas de habitação para ajudar a reduzir o valor dos preços das casas não só no centro da cidade, mas nas freguesias.
A isto, Daniel Gaio acrescentou ainda o aumento da isenção de IMI para cinco anos.
Na visão de Catarina Costa, do Partido Liberal Social, uma das formas de resolver os atuais problemas da habitação passa por impulsionar a habitação intergeracional e partilhada e rever o Plano Diretor Municipal (PDM).
Já o candidato do ADN, Rui Sequeira, quer criar uma bolsa de casas, designadamente convidar os proprietários a ceder os seus imóveis a uma bolsa de habitação gerida pela câmara que, depois, os colocará no mercado de arrendamento.
Com 311.223 habitantes (em 2023) e 168,46 quilómetros quadrados de área, Vila Nova de Gaia é o terceiro município mais populoso do país, sucedendo a Lisboa e Sintra e o mais populoso da região Norte.
Atualmente, a câmara é liderada por Marina Mendes que assumiu a presidência a 30 de junho após a renúncia de mandado de Eduardo Vítor Rodrigues, ela que era vice-presidente desde maio de 2023 quando o então vice, Patrocínio Azevedo, foi associado ao processo judicial `Babel`.
O executivo municipal é composto por 11 lugares, tendo o PS nove e o PSD dois.