Autárquicas. Sondagem dá empate técnico entre PSD e PS em Coimbra

por RTP
Vinte por cento dos inquiridos na sondagem não sabe ou não responde em quem vai votar. Perante estes dados, nenhum candidato está em condições de ter maioria absoluta. Manuel Fernando Araújo/Lusa (foto de arquivo)

As eleições autárquicas são já no domingo e, no concelho de Coimbra, os mais de 125 mil eleitores podem optar entre oito candidatos: Filipe Reis (PAN), Francisco Queirós (CDU), Inês Tafula (coligação "Coimbra é capital", composta pelo PDR e pelo MPT), Jorge Gouveia Monteiro (movimento "Cidadãos por Coimbra"), José Manuel Silva (coligação "Juntos Somos Coimbra", que reúne o PSD, CDS-PP, PPM, Volt, RIR, Aliança e Nós, Cidadãos), Manuel Machado (PS), Miguel Ângelo Marques (Chega) e Tiago Meireles Ribeiro (Iniciativa Liberal). A sondagem pré-eleitoral da Universidade Católica Portuguesa para a RTP e Público aponta para um cenário de empate técnico entre o antigo bastonário da Ordem dos Médicos e o atual presidente da autarquia.

Se as eleições fossem hoje, o antigo bastonário da Ordem dos Médicos e o atual presidente da autarquia ficariam empatados. Isto porque as intenções de voto em cada candidato “sobrepõem-se largamente”, conforme refere o relatório da sondagem, ficando a diferença dentro da margem de erro da sondagem, 3,5 por cento.
 
A sondagem da Universidade Católica para a RTP, que consiste em 780 inquéritos realizados durante o fim de semana, estima que o resultado do candidato da coligação “Juntos Somos Coimbra” oscile entre 31 e 39 por cento, enquanto o candidato socialista alcance entre 29 e 37 por cento. A estimativa dos resultados eleitorais, excluindo abstenção e votos nulos, aponta que José Manuel Silva poderá obter 35 por cento dos votos, ligeiramente à frente do atual presidente da câmara, Manuel Machado, com 33 por cento.

Nas eleições autárquicas de 1 de outubro de 2017, Manuel Machado foi reeleito presidente da autarquia com 35,6 por cento dos votos (24.232 votos) e cinco vereadores. A grande distância, com 26,6 por cento dos votos (18.151 votos) ficou a coligação do PSD com o CDS-PP, que apoiou Jaime Ramos e a perda de um vereador em relação a 2013. Ficou com três vereadores. Nestas eleições, o independente José Manuel Silva, com o movimento “Somos Coimbra”, alcançou 16,1 por cento dos votos (10.976 votos) e dois vereadores.
Quando os participantes são questionados sobre a intenção direta de voto, a lista do candidato independente apoiada pelo PSD também surge com um avanço de dois pontos percentuais de distância, 26 por cento, enquanto a lista do PS, regista 24 por cento.

A coligação “Juntos Somos Coimbra” lidera a intenção de voto em todas as faixas etárias, sexos e nível de escolaridade, com exceção para a faixa acima dos 65 anos e ensino secundário não completado. Aqui, a candidatura de Manuel Machado é claramente vencedora, com 29 e 30 por cento respetivamente das intenções de voto face a 19 e 15 por cento dos que preferem José Manuel Silva.

Já na faixa etária mais jovem, dos 18 aos 34 anos, e com estudos superiores, esta diferença é mais expressiva a favor do candidato independente, com 34 e 35 por cento respetivamente, contra 18 e 21 por cento dos que dizem votar em Manuel Machado.

No entanto, 51 por cento dos inquiridos considera que a candidatura do presidente socialista sairá vencedora na noite de domingo, independentemente da preferência e intenção de voto.
Restantes candidaturas a grande distância

Se os resultados desta sondagem se confirmarem no próximo domingo, a coligação “Juntos Somos Coimbra" obterá entre quatro a cinco mandatos, um número de mandatos idêntico ao da candidatura socialista.

De acordo com a sondagem realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica, o movimento “Cidadãos por Coimbra”, em que participa o Bloco de Esquerda, deverá ter 11 por cento dos  votos e alcançar um mandato.

Já a “Coligação Democrática Unitária” (CDU) regista sete por cento das intenções de voto e o candidato corre o risco de perder o seu atual mandato na Câmara de Coimbra.

Seguem-se os candidatos do Chega e do Iniciativa Liberal, com quatro e três por cento das intenções de voto. O candidato do PAN regista dois por cento das intenções na sondagem e a candidata apoiada pelo PDR e pelo MPT poderá ficar abaixo da fasquia de um por cento.

Com uma taxa de abstenção de 46,5 por cento em 2017, ainda tudo é incerto em Coimbra. Das 780 pessoas que aceitaram participar no inquérito, 68 por cento afirmaram que “vão votar de certeza”. Contudo, como “este número nada nos diz sobre o comportamento eleitoral das muitas pessoas que foram contactadas mas que não quiseram participar da sondagem”, a equipa da Universidade Católica conclui que “não é possível prever um valor para a abstenção”.

Ficha técnica:
Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP e para o Público entre os dias 18 e 19 de setembro de 2021. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes e recenseados no concelho da Coimbra. 

Foram selecionadas sete freguesias do concelho de modo a que as médias dos resultados eleitorais das eleições autárquicas de 2013 e 2017 nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados dos cinco maiores partidos ao nível do concelho. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente no concelho.

Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 780 inquéritos válidos, sendo 54% dos inquiridos mulheres. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, freguesia e voto nas autárquicas 2017. A taxa de resposta foi de 50%.

A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 780 inquiridos é de 3,5%, com um nível de confiança de 95%.
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