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Brexit. 48% dos eleitores vota numa saída sem acordo e sem Corbyn

por RTP
Protestante anti-brexit nas ruas de Londres. Reuters - Toby Melville

Uma pesquisa realizada pela YouGov revelou que quase metade dos eleitores britânicos prefere uma saída da União Europeia sem acordo e sem Jeremy Corbyn como o próximo líder do país.

Os eleitores britânicos foram novamente postos à prova. Um novo dilema coloca frente-a-frente Boris Johnson e Jeremy Corbyn.

A empresa líder internacional em pesquisa de mercado, YouGov, decidiu colocar a questão na mão do público. Será preferível uma saída sem acordo sob Johnson ou um segundo referendo através de Corbyn?

Para quase metade dos entrevistados – 48 por cento - o preferível seria uma saída sem acordo com Jeremy Corbyn fora do poder. Isto significa que o pior cenário para os britânicos seria a permanência do Reino Unido na União Europeia e ter o líder do Partido Trabalhista enquanto primeiro-ministro.

Apesar dos números publicados pela empresa, Corbyn considera que o Reino Unido precisa de “um Governo que esteja preparado para negociar com a União Europeia para não haver um crash-out [saída desordenada] no dia 31 de outubro”.

“Vamos fazer de tudo ao nosso alcance para impedir um Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia] sem acordo”, acrescentou.
Qual seria o pior cenário para o Reino Unido?
De acordo com o resultado das sondagens realizadas pela YouGov, na semana passada, 48 por cento dos eleitores britânicos, se tivesse poder de escolha, preferia uma saída da União Europeia sem acordo e sem Jeremy Corbyn enquanto primeiro-ministro. No entanto, quase metade do país – mais concretamente, 49 por cento dos eleitores – consideram que uma saída sem acordo seria um resultado final inaceitável.

Por outro lado, a ideia de permanecer na União Europeia ainda não foi completamente descartada. Pouco mais de um terço dos entrevistados - 35 por cento – preferia que o líder do Partido Trabalhista se tornasse primeiro-ministro para posteriormente ser realizado um segundo referendo.

Os restantes 17 por cento acabaram por votar em branco. Isto significa que uma em cada cinco pessoas, continua indecisa acerca de qual será a melhor decisão para o país.

Relativamente aos números do referendo de 2016, 80 por cento dos eleitores que votaram a favor da saída, ou seja, quatro em cada cinco apoiantes do Brexit, não quer que Jeremy Corbyn seja eleito primeiro-ministro.

Em contrapartida, dos que escolheram permanecer na União Europeia, 64 por cento prefere ver o líder trabalhista no poder para depois ocorrer um segundo referendo. Já para quase um quarto dos que votaram para ficar – 23 por cento – seria preferível ver o Reino Unido sair da União Europeia mesmo sem um acordo em vez de Corbyn assumir como próximo líder do país.
Uma saída sem acordo
Jeremy Corbyn avisou esta segunda-feira que o Governo pretende usar o Brexit como forma de “criar um paraíso fiscal para os muito ricos e assinar um acordo especial com os Estados Unidos”.

“Não tenham dúvidas de que a saída sem acordo vai servir para destruir os nossos empregos, aumentar os preços dos alimentos e abrir o nosso Serviço Nacional de Saúde a empresas americanas”, alertou Jeremy Corbyn na sequência das declarações feitas, há mais de um mês, por Donald Trump, quando estava de visita a Londres.

O atual líder do Partido Trabalhista e líder da oposição na Câmara dos Comuns prometeu que vai “apresentar uma moção de censura ao Governo" por pretenderem um Brexit sem acordo.

Jeremy Corbyn afirmou ainda que pretende a marcação de "eleições antecipadas para que as pessoas possam decidir o futuro do país”.

Se o Governo cair, vai ser necessário um executivo de transição até às novas eleições e Corbyn pode não ter colocado esta hipótese de lado.

“Se forem sinceros na intenção de impedir uma saída sem acordo, vão votar para derrubar este Governo irresponsável e caberá ao líder da oposição assegurar que a saída sem acordo não acontece e que as pessoas podem decidir o seu próprio futuro”, assegurou.
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