Cálculo do complemento solidário. Pedro Nuno Santos defende autonomia dos idosos

por RTP

O secretário-geral do PS diz que os cidadãos mais velhos merecem independência e autonomia. No encontro nacional de autarcas do PS, esta tarde, Pedro Nuno Santos defendeu outra vez que os rendimentos de filhos devem deixar de ser considerados no cálculo do complemento solidário para Idosos.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, defendeu que a descentralização não é um favor, mas um "projeto político" em que acredita convictamente.

"Nós não temos nenhum problema com a descentralização. Nós acreditamos convictamente na descentralização. Ela, para nós, não é um favor. Para nós, é um projeto político, é uma conceção da organização do poder político em Portugal", afirmou Pedro Nuno Santos, que discursava durante o Encontro Nacional de Autarcas do PS, que decorre no hotel Vila Galé, em Coimbra.

Admitindo que "o centralismo é uma realidade" que o país vive "há muitas décadas", o secretário-geral do PS reivindicou para o partido que lidera o papel de ter avançado "progressivamente" com a descentralização.

"Não é um favor que nós fazemos a ninguém. Nós simplesmente sabemos que há um conjunto de tarefas, atividades, decisões, que são mais bem tomadas e executadas por quem está no poder local", vincou.

Durante a sua intervenção, Pedro Nuno Santos recordou que a descentralização é "uma luta diária", incluindo dentro do próprio PS e do Governo que integrou.

A ministra da Coesão, "Ana Abrunhosa [presente no evento e primeiro nome na lista do PS do círculo de Coimbra], estava na frente da batalha, na frente de uma batalha que é difícil", notou o líder socialista, referindo que essa batalha é também difícil na "casa" socialista.

"É sempre difícil prescindirmos de competências. [...] É sempre difícil toda a gente delegar, descentralizar e esse é um trabalho que tem de ser feito", referiu.

Pedro Nuno Santos vincou que "não é promessa, não é conversa", mas sim "trabalho" feito pelo PS, nesse sentido.

"Nós [Pedro Nuno Santos e Ana Abrunhosa] partilhávamos uma visão de governação. Desde logo, ouvir, respeitar quem está no terreno, aprender com quem está no terreno, mas depois de discutir com muita gente e envolver tanta gente, chega a hora de decidir e quão difícil é, infelizmente, no nosso país, conseguirmos decidir e fazer", apontou.

O secretário-geral do PS recordou que o país tem problemas "diagnosticados há décadas, que estão nos programas, nos projetos", mas o grande desafio passa pela "capacidade de os concretizar".

"É isso que nos distingue: mais ação, menos promessa; mais ação, menos conversa. O nosso país só vai avançar se nós tivermos a capacidade de não estar sistematicamente a adiar, com dificuldade de enfrentar quem não quer a mudança, quem resiste. Decidir não é fácil, concretizar não é fácil [...], e só quando nós temos a ousadia de não ficarmos paralisados com o medo da crítica, com o medo dos erros que fazem parte da ação, só nesse dia é que o país vai avançar", asseverou.

Durante a sua intervenção, que durou cerca de meia hora e após a qual o evento foi fechado à comunicação social, Pedro Nuno Santos garantiu ainda que a promessa de eliminar todas as portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (Scut) no interior e no Algarve será levada a um dos primeiros Conselhos de Ministros, caso seja eleito, a 10 de março.


c/ Lusa
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