Carneiro, o "otimista realista" que acredita na vitória. "Já perguntaram a Montenegro se se demite se perder?"

Na véspera do arranque oficial da campanha, José Luís Carneiro diz que não vai fugir às responsabilidades, mas defende que os resultados eleitorais das autárquicas de 12 de outubro não devem ser imputados apenas ao secretário-geral do PS.

João Alexandre /

Foto: Tiago Petinga - Lusa

"Eu fui um autarca e sempre assumi as minhas responsabilidades. Fui secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e nunca dei ordens aos outros para irem para a Venezuela, para a linha da frente. Eu estive na linha da frente e assumi as minhas responsabilidades", afirmou o líder do PS.

Em Lisboa, à margem de um encontro com a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) - e após um fim-de-semana em que passou por territórios como Trás-Os-Montes, Ribatejo ou a Península de Setúbal, José Luís Carneiro foi questionado sobre a entrevista dada ao jornal digital ECO, em que rejeita responsabilidades pessoais em caso de derrota nas autárquicas.

O secretário-geral do PS assinala que também os candidatos devem assumir os bons e os maus resultados eleitorais.

"Os cidadãos em cada comunidade local avaliam, em primeiro lugar, o perfil do candidato à Câmara Municipal. Em segundo lugar, valorizam muito as questões éticas e a dimensão programática. E, só em terceiro lugar é que aparece o partido", argumentou.

José Luís Carneiro recusa olhar para os maus resultados das mais recentes eleições legislativas e aponta, sobretudo, aos projetos autárquicos socialistas no terreno.

"Eu estou convencido que nós vamos ganhar as eleições. Não percebo porque é que estão a colocar essas questões [sobre eventuais derrotas] nesses termos", disse o líder do PS, que questiona: "Já perguntaram a Luís Montenegro se se demite das funções governativas se perder as eleições?"..

Aos jornalistas, o líder socialista definiu-se ainda como um "otimista realista" e salientou que os candidatos têm de seguir o combate eleitoral de acordo com um compromisso autárquico que "vincula" todos os que estão no terreno.
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