CDS-PP de Campo Maior "indica" voto na recandidatura de autarca socialista
Campo Maior, Portalegre, 10 nov (Lusa) - O CDS-PP de Campo Maior vai "indicar" o voto no atual presidente do município, o socialista Ricardo Pinheiro, que se recandidata ao cargo, nas próximas eleições autárquicas, decisão apoiada pelos dirigentes distritais dos centristas.
Luís Minas, presidente da concelhia do CDS-PP de Campo Maior, no distrito de Portalegre, adiantou hoje à agência Lusa que a decisão foi tomada por "unanimidade" numa reunião da estrutura partidária, "recentemente constituída".
Nas eleições autárquicas de 2017, segundo o mesmo dirigente concelhio, o CDS-PP vai concorrer apenas à Assembleia Municipal de Campo Maior e "indicar" o voto à câmara na recandidatura do atual presidente socialista.
"Decidimos não apresentar ninguém para concorrer diretamente à câmara municipal e levar uma lista aos órgãos da assembleia", afirmou Luís Minas, que elogiou o "desempenho" do socialista Ricardo Pinheiro à frente do município, considerando-o um "elemento agregador".
Contactado pela Lusa, Ricardo Pinheiro disse que a "confiança" que os centristas depositam no seu trabalho constitui o "reconhecimento" do projeto que tem vindo a desenvolver no concelho.
O autarca do PS, de 36 anos, que está a cumprir o segundo mandato, confirmou que vai apresentar a recandidatura ao cargo nas próximas autárquicas.
Manifestando apoio à decisão da concelhia de Campo Maior, o presidente da Comissão Política Distrital do CDS-PP de Portalegre, Tiago Abreu, considerou ser "um passo em frente na democracia" e enalteceu "o bom trabalho" realizado pelo autarca do PS.
"É uma decisão muito sensata e que nos permite trabalhar para começar a fazer renascer o CDS-PP em Campo Maior através da assembleia municipal, que é o órgão que fiscaliza a câmara", disse.
No entanto, Tiago Abreu alegou que a decisão "não demonstra uma falta de força" do partido naquele concelho alentejano.
"O PSD está muito debilitado em Campo Maior, a alternativa em termos de forças é entre o PCP e o PS. Nem que fosse por uma questão de proximidade ideológica, nós estamos mais próximos do PS do que do PCP. Como é óbvio, já por aqui haveria uma justificação", explicou.
Contactado também pela Lusa, o coordenador autárquico distrital do CDS-PP, Pedro Pinto, adiantou que este "tipo de situações" poderá também surgir noutros concelhos do distrito de Portalegre.
"O caso que acontece em Campo Maior pode acontecer em outro concelho do distrito de Portalegre, onde também o presidente de câmara está a fazer um ótimo trabalho", disse.
Num distrito "tradicionalmente difícil" em termos eleitorais para os centristas, segundo Pedro Pinto, o partido "vai fazer o seu trabalho em listas próprias" e em "uma ou outra coligação" com o PSD.
O executivo municipal de Campo Maior é composto por quatro eleitos do PS e um vereador do Movimento Partido da Terra (MPT).