CDS suspende campanha a partir de sexta-feira devido à morte de Freitas do Amaral

por Lusa
Hugo Delgado - Lusa

O CDS-PP cancelou a campanha eleitoral para as legislativas a partir das 15h00 de sexta-feira devido à morte de Diogo Freitas do Amaral, fundador do partido, que morreu esta quinta-feira aos 78 anos.

O anúncio foi feito pela presidente do CDS, Assunção Cristas, num comício, em Gondomar, no Porto, que deveria ter sido de encerramento da campanha, mas foi transformado em jantar evocativo do fundador e do ex-vice-primeiro-ministro.

O dia de campanha na sexta-feira vai ficar, assim, reduzido às ações da manhã nas Caldas da Rainha (Leiria), às 11h00, e ao almoço em Setúbal, às 14h00. Ficam anuladas a arruada pela baixa de Lisboa e a festa comício em frente à sede do partido, no Largo Adelino Amaro da Costa, também na capital.

Assunção Cristas vai participar nas cerimónias fúnebres de Freitas e anulou a sua ida a Roma, Itália, para assistir à imposição do barrete cardinalício a José Tolentino de Mendonça, no sábado, dia em que se realiza o funeral do fundador do CDS.

"Hoje importa, mais do que sinalizar percursos que em dado momento se separaram, realçar o que sempre nos uniu e continuará a unir: um compromisso inabalável com a liberdade, com a democracia pluripartidária, com o respeito por todos, com o primado dado à pessoa que deve estar no centro de qualquer politica, com opção preferencial pelos mais pobres", afirmou.

E sublinhou que se todos estão no CDS, "é porque todos" se revêm "nos princípios fundadores do CDS, que saíram das mãos de Amaro da Costa e Freitas do Amaral".

Num discurso escrito, ao contrário do que é habitual, Assunção Cristas lembrou quem foi para si Diogo Freitas do Amaral - um ídolo.

Recordou as suas primeiras três memórias políticas - aos cinco anos, quando a sua família foi festejar, de carro, para o centro de Lisboa, a vitória da Aliança Democrática em 1979, aos seis a morte de Sá Carneiro, em 1980, que deixou a sua família em profunda tristeza, e as presidenciais de 1986.

A líder do CDS lembrou o "entusiasmo contagiante", das conversas com as suas "amigas do PSD" na escola.

"Por essa altura, bebia cada palavra dita por Diogo Freitas do Amaral, era mesmo o meu ídolo. Achava que era impossível ele perder as eleições, mas foi isso que aconteceu", disse, antecipando que essa derrotou ditou que o seu interesse pela política hibernasse durante anos.

Nos três momentos da noite, nos discursos de Cristas, Lobo Xavier e no final do vídeo, os presentes bateram palmas de pé.

Antes dos discursos, de Cristas e de António Lobo Xavier, ex-dirigente do CDS, foi exibido, num ecrã gigante, um vídeo com fotos históricas de Diogo Freitas do Amaral, dos tempos da fundação do partido, em 1974, até à atualidade, passando por fotos da Aliança Democrática e da campanha eleitoral das presidenciais de 1986.

Como prometido por Cristas, esta quinta-feira não houve música nem hinos do partido para tornar sóbrio o ambiente do jantar e no ecrã gigante apareceu um símbolo do CDS em cinzento, em vez do azul.

António Lobo Xavier, ex-líder parlamentar centrista, foi o orador convidado para falar sobre o percurso de Freitas, que foi candidato presidencial apoiado pela direita em 1986.

 

Tópicos
pub