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Chega "congratula-se" com pacote para a habitação. PSD promete conversas com "todos"
Na semana em que o Governo entregou, no Parlamento, um pacote de medidas para o setor da habitação, o Chega mostra-se otimista quanto às negociações com os partidos que suportam o Executivo e defende, inclusive, que algumas das propostas são semelhantes a algumas já apresentadas pelo partido de André Ventura.
Fotos: Andreia Brito e ARTV
"O Chega congratula-se com estas propostas. Estamos de acordo com muitas destas propostas. Achamos é que ainda se poderia ir mais longe", disse ainda o deputado, que, questionado sobre eventuais obstáculos a um entendimento, sinaliza que o problema pode estar na "capacidade do setor da construção não acompanhar".
Carlos Barbosa considera também que continua a haver problemas no conceito de "renda moderada" que foi fixada pelo Governo no valor de 2.300 euros - um valor que continua a merecer críticas de toda a oposição, à esquerda e à direita: "As rendas consideradas moderadas podem continuar acima da capacidade de muitas famílias".
O deputado do Chega insiste que a descida do IVA na construção para os 6% é positiva - uma redução que se verifica no caso de as habitações serem vendidas ou arrendadas no prazo de dois anos após a emissão das licenças -, mas vê limitações no alcance da proposta.
"São propostas que vão ser colocadas em prática num prazo de dois, três, cinco anos, quando nós deveríamos estar a pensar que os partidos têm de se alinhar para criarmos realmente propostas sobre habitação, para resolvermos este problema", conclui.
Pelo PSD, o deputado Gonçalo Lage garantiu, na Antena 1, que os sociais-democratas pretendem encetar conversas com todos os partidos, mas saúda a disponibilidade salientada pelo Chega para as negociações: "Claro que sim".
"O PSD vai negociar e vai, obviamente, ter negociações com todos os partidos, sem qualquer problema, mas temos de ter uma estratégia integrada que faça sentido, não medidas avulsas que não façam sentido", disse o deputado, que acrescenta: "Nós, em dois anos, já duplicámos o valor de apoios sociais que o PS deu em oito anos de Governo. Entre 2016 e 2023, foram 419 milhões de euros. Nós, entre 2024 e 2025 já avançámos com mais de 920 milhões". Na Antena 1, Gonçalo Lage assinalou que o pacote agora entregue pelo Governo no parlamento tem três eixos principais: estimular a oferta para venda e para arrendamento, ajustar os incentivos fiscais para favorecer os preços de rendas que estão fixados e penalizar os usos especulativos de habitação.
"Estamos a falar de um pacote fiscal como nunca foi apresentado em Portugal. Estamos a falar de reduções muito significativas. Poer exemplo, um senhorio que coloque a sua habitação para arrendamento, se for até ao teto dos 2.300 euros, vai ter um benefício direto de 15% do valor anual, porque vai passar de ter uma tributação direta de rendimento predial de 25% para 10% ao mês", argumentou o deputado.
O programa Entre Políticos é moderado pelo jornalista João Alexandre.