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Chega pede "medidas imediatas" para a habitação: "É difícil dar tempo"
O Chega prossegue as críticas à falta de "ambição" do Governo no setor da habitação, desde logo na fiscalidade, e avisa que o mercado "não espera" por medidas que apenas apontem a soluções de longo prazo. Francisco Gomes, deputado do Chega, defendeu, na Antena 1, que a crise na habitação "condiciona de forma severa" vários setores da sociedade e que são o espelho de décadas de orientações "menos acertadas" e políticas "avulsas".
Fotografias: Jorge Carmona - RTP
Além de investimento insuficiente em habitação pública, desatualização de PDMs, desatenção à fiscalidade ou falta de gestão adequada do património, o partido de André Ventura aponta ainda falta de coordenação entre o Estado central e as autarquias como um dos maiores problemas no setor da habitação.
"Em cima disto tudo, tivemos instabilidade política internacional e especulação imobiliária associada ao turismo de alto nível e à imigração descontrolada de baixo nível que asfixia o mercado de arrendamento. Temos aqui um coquetel com muitas componentes, todas elas negativas, que contribuíram para a situação explosiva", vincou Francisco Gomes, que não vê melhorias significativas: "Todas as medidas anunciadas são tardias e insuficientes".
Na Antena 1, o deputado salienta, contudo, que o Chega não se opõe a grande parte das medidas anunciadas pelo Governo, até porque, de acordo com Francisco Gomes, várias das propostas são partilhadas pelo partido mais à direita do hemiciclo.
Iniciativa Liberal insiste em "simplificação" para dinamizar setor da habitação
É uma insistência dos liberais e, no setor da habitação, o partido insiste na simplifcação de procedimentos como forma de acelerar a construção e a renovação do parque habitacional para aumentar a oferta de casas no país. Na Antena 1, Miguel Rangel, deputado da IL, voltou ao tema acusou o Governo de falta de ambição.
"A primeira medida que é preciso tomar é a simplificação. É preciso um código único para a construção. Neste momento, cada autarquia define as suas regras e isso dificulta muito. Cria pequenos poderes locais, cria processos mais lentos, mais complexos e afasta investidores internacionais, porque, como é óbvio, não vêm aqui para construir três ou quatro casas, vêm aqui para construir uma grande quantidade de casas", lamentou.
Segundo o deputado, a falta de um código único "atrasa" os processos de construção e o aumento da oferta habitacional, num momento que os liberais identificam como "grave".
"São os números da mais grave crise social das últimas décadas e, isso tem que ver exatamente com um único ponto, que é a falta de imóveis disponíveis no mercado, o que cria obrigatoriamente uma grande pressão na procura", assinalou Miguel Rangel que, apesar das críticas ao Governo de Luís Montenegro, também menciona o anterior Executivo: "Resultado das desastrosas políticas económicas que levaram a um país pobre, mas que agora tem um custo de vida de um país rico".
A Iniciaitva Liberal insiste ainda que o país prossegue uma estratégia de "atirar dinheiro" para um problema em vez de avançar com reformas de fundo.