Chega propõe recurso a Figo Maduro para aliviar aeroporto de Lisboa e quer MAI na AR

por Antena 1

Mário Cruz - Lusa

O presidente do Chega defendeu esta tarde a utilização temporária das infraestruturas do aeródromo militar de Figo Maduro para receber passageiros de voos civis e adiantou que o partido vai pedir a presença do ministro da Administração Interna no parlamento.

"O Chega vai recomendar ao Governo a utilização das instalações de Figo Maduro durante o tempo de verão" para "acolher voos de natureza civil", temporariamente, de forma a que "quem chega não passe o inferno e o calvário que é chegar a um dos aeroportos nacionais nesta altura", afirmou André Ventura, em declarações aos jornalistas.

O líder do Chega adiantou que o partido "vai chamar também, com caráter de urgência, o ministro da Administração Interna ao parlamento para que se possa debater de forma séria e consistente esta matéria".

E deixou em aberto que tal poderá acontecer "ou através de um debate de urgência potestativo ou através de uma chamada à comissão de forma potestativa".

"O ministro da Administração Interna sabia há dois meses atrás e há três meses atrás que o verão ia retomar o turismo, porque sempre foi assim, mesmo nos anos de pandemia", que "Portugal ia continuar a ser um destino procurado" e que o SEF "não estava em condições de responder ao problema".

"O que é que fez? Absolutamente nada e agora lança a culpa para o SEF", criticou, acusando José Luís Carneiro de ter tido uma "atitude prepotente".

Uma delegação do Chega visitou hoje o Aeroporto de Humberto Delgado, em Lisboa, na sequência das longas filas de espera que se registaram nos últimos dias no controlo de passeiros nas chegadas.

André Ventura disse aos jornalistas que queria ter noção "das dificuldades" dos inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e antecipou que "a desorganização, a intensidade e as dificuldades nos aeroportos, sobretudo no aeroporto de Lisboa, vão continuar ao longo dos próximos meses, sobretudo em julho e agosto".

O líder do partido de extrema-direita assinalou que esta situação deriva da "estrutura do próprio aeroporto" mas também "da falta de meios no SEF, que é gritante" e que levou aquele serviço a "pela primeira vez pedir apoio à PSP para o controlo de fronteiras".

"O que ouvimos hoje foi preocupante, um SEF que diz não ter recursos, não ter meios e que está a pedir apoio à PSP", afirmou, defendendo que "é importante fazer alguma coisa e não simplesmente dizermos o aeroporto não dá, o SEF vai ser extinto e portanto aguentem-se".

Questionado sobre como poderá ser feita a articulação para o Aeródromo de Trânsito n.º 1 de Figo Maduro, uma infraestrutura militar, receber civis, André Ventura defendeu que "em momentos de crise como esta, como acontece noutras áreas", é possível "chamar também os militares a participar nesse esforço de controlo das fronteiras, nomeadamente em tempos de maior congestionamento".

c/Lusa
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