Costa aceita demissão de Eduardo Cabrita como ministro da Administração Interna

por RTP

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje ter aceitado o pedido de demissão de Eduardo Cabrita do cargo de ministro da Administração Interna e que "nos próximos dias" indicará o nome do sucessor. António Costa, que falava no Porto à margem de uma sessão empresarial, disse ter já informado o Presidente da República da demissão.

O chefe do executivo precisou que foi Eduardo Cabrita que pediu a exoneração, na sequência da acusação de homicídio por negligência do Ministério Público ao seu motorista pelo atropelamento mortal de um trabalhador da autoestrada A6, em junho deste ano.

Foi o Dr. Eduardo Cabrita que hoje me solicitou o pedido de exoneração. Tenho estado aqui desde ontem [quinta-feira] à tarde (…) Ele a meio da sessão, mandou-me uma mensagem a dizer que precisava de falar com urgência comigo, deu-me notícia de que tinha sido deduzida a acusação e que face a esta circunstância entendia que devia sair do Governo. Ele estava fora de Lisboa, disse que o faria à tarde quando chegasse ao ministério”, esclareceu o chefe de estado.

António Costa considera que o ministro Eduardo Cabrita “respeitou o tempo da justiça” e diz “compreender bem as suas razões”.

"É um ciclo que termina", anunciou Costa, que agradeceu a Eduardo Cabrita "estes seis anos de colaboração enquanto ministro-adjunto e ministro da Administração Interna".

O primeiro-ministro enfatizou “os ganhos em termos de segurança que o país teve ao longo dos últimos quatro anos”.
Acho que o senhor ministro da Administração Interna entendeu que, estando a decorrer um inquérito sobre a responsabilidade de um acidente automóvel, não deveria tomar nenhuma iniciativa que perturbasse o normal decorrer das investigações, nem significasse a antecipação, a recusa ou afirmação de qualquer tipo de responsabilidade”, afirmou o primeiro-ministro.

António Costa diz ter assistido “em silêncio” às acusações sobre a falta de idoneidade da GNR e do Ministério Público e espera agora que “todos aqueles que tenham feito estas acusações, tenham consciência que apontaram o dedo erradamente”.

“Os portugueses têm boas razões para confiar que as instituições judiciárias em Portugal são absolutamente independentes. Seja quem for que cometa alguma ilegalidade, não está acima da lei”, sublinha.

Questionado sobre se este é o fim de linha para a carreira política de Cabrita, Costa responde que “a política não é uma carreira, é um compromisso cívico” e acrescenta que “há várias formas de participar na vida política”.

c/Lusa
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