O primeiro-ministro considerou "um dos maiores mitos urbanos" a ideia da sua alegada proximidade política com o presidente do PSD e afirmou sentir uma deriva para o radicalismo em certos setores da direita portuguesa.
Questionado como tinha recebido o desafio à liderança do PSD lançado na sexta-feira pelo antigo líder parlamentar social-democrata Luís Montenegro, António Costa disse que não ouviu esse discurso, porque estava "a trabalhar".
Já sobre a razão que não o levou a ver mais tarde, eventualmente em casa, a transmissão televisiva da conferência de imprensa de Luís Montenegro, António Costa respondeu: "O resumo que li na imprensa não me estimulou".
Logo a seguir, António Costa foi interrogado sobre a sua alegada proximidade política com o atual presidente do PSD, Rui Rio.
O secretário-geral do PS, porém, considerou que essa ideia "é um dos maiores mitos urbanos que foram criados na sociedade portuguesa e que assenta, basicamente, no facto de haver uma boa relação pessoal".
Apesar de ter considerado que seria "deselegante" comentar a situação interna atual do PSD, o primeiro-ministro manifestou alguma preocupação face à evolução do espaço político da direita.
"Sinto que grande parte das movimentações que existem à direita, quer com a criação da Aliança do doutor Santana Lopes, quer a emergência daquele partido do André Ventura, quer, ainda, parte da luta interna do PSD e uma deriva hesitante do PP [ou seja, CDS-PP] relativamente ao populismo, acho há ali à direita gente que sente que, se calhar, devia acompanhar uma certa onda que existe em outros países", referiu.