Política
Presidenciais 2026
Cotrim diz que qualidades de Seguro não chegam, socialista acusa-o de inclinar país à direita
João Cotrim de Figueiredo e António José Seguro debateram esta terça-feira na RTP.
O candidato liberal começou por dizer ser “um gosto particular” debater com o socialista, a quem reconhece “qualidades de integridade e transparência”, mas considerou que isso “não chega”.
“Se nem no PS consegue fazer o pleno, dificilmente conseguirá fazer isso no país”, apontou Cotrim.
Respondendo a uma questão do jornalista Vítor Gonçalves sobre as negociações entre Governo e UGT acerca da lei laboral, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal disse esperar que a reunião desta terça-feira conduza “a um acordo que possa ser aceitável para ambas as partes” e que “não constitua um recuo do Governo”.
Na sua intervenção, António José Seguro diferenciou-se de Cotrim de Figueiredo quanto à reforma laboral. “A nossa diferença é que eu vetaria tal como estava e o meu adversário promulgaria tal como estava”, declarou.
Na visão do socialista, isto demonstra que a eventual eleição do liberal como presidente “reforçava o poder absoluto que já existe no espectro político da direita em Portugal”.
“Nós precisamos de ter sensibilidade social, equilibrar o sistema político, e eu sou o único candidato que pode contribuir para essa moderação”, defendeu.
“Se nem no PS consegue fazer o pleno, dificilmente conseguirá fazer isso no país”, apontou Cotrim.
Respondendo a uma questão do jornalista Vítor Gonçalves sobre as negociações entre Governo e UGT acerca da lei laboral, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal disse esperar que a reunião desta terça-feira conduza “a um acordo que possa ser aceitável para ambas as partes” e que “não constitua um recuo do Governo”.
Na sua intervenção, António José Seguro diferenciou-se de Cotrim de Figueiredo quanto à reforma laboral. “A nossa diferença é que eu vetaria tal como estava e o meu adversário promulgaria tal como estava”, declarou.
Na visão do socialista, isto demonstra que a eventual eleição do liberal como presidente “reforçava o poder absoluto que já existe no espectro político da direita em Portugal”.
“Nós precisamos de ter sensibilidade social, equilibrar o sistema político, e eu sou o único candidato que pode contribuir para essa moderação”, defendeu.
Para o socialista, a proposta laboral do Governo “induz precariedade e, como está demonstrado através de evidência científica, a precariedade (…) faz com que muitos casais adiem o seu primeiro filho, e portanto isso diminui a natalidade quando nós precisávamos de rejuvenescer a nossa base demográfica em Portugal”.
João Cotrim de Figueiredo disse ser “uma teoria muito perigosa” a de que um candidato à Presidência deve ser eleito por ter “uma cor diferente do Governo”, já que “pressupõe que, não vindo da mesma área política, é impossível não ser independente nesta matéria”.
Seguro explicou que “o nosso sistema de Governo precisa de equilíbrio e de sensibilidade social” e que se fosse Cotrim o presidente este “promulgaria” a lei laboral “tal como está” e isso não representaria “todo o país”.
Seguro explicou que “o nosso sistema de Governo precisa de equilíbrio e de sensibilidade social” e que se fosse Cotrim o presidente este “promulgaria” a lei laboral “tal como está” e isso não representaria “todo o país”.
Seguro considera saúde mais urgente do que reforma laboral
“Este Governo tinha tanto por onde começar como prioridade”, acusou o socialista. “Podia ter começado por uma proposta para que reorganizasse melhor o Serviço Nacional de Saúde, de modo a que os portugueses pudessem aceder a tempo e horas aos cuidados de saúde, coisa que não acontece neste momento”. “Porque é que é esta a prioridade [a reforma laboral] se ela não apareceu na proposta eleitoral?”, questionou Seguro.
António José Seguro considerou mais urgente, por exemplo, a necessidade de tornar atrativas as profissões do SNS. “Nós precisamos de captar os melhores. O nosso país tem um rácio superior à média europeia em termos de médicos por 100 mil habitantes. No entanto, eles não estão no SNS”, constatou.
O candidato presidencial considerou que “nós precisamos de ter um pacto de médio prazo e não um pacto de curto prazo” na saúde.
João Cotrim de Figueiredo respondeu que “gostava de perceber o que é a ‘nova organização da saúde’”, ao que Seguro retorquiu que “a técnica” do liberal neste debate é fazer-lhe perguntas “para depois ganhar tempo”.
“O senhor na forma é exímio, e também no marketing. Deixe-me dar-lhe os parabéns. Mas isso não faz um presidente”, apontou o candidato apoiado pelo PS.
António José Seguro considerou mais urgente, por exemplo, a necessidade de tornar atrativas as profissões do SNS. “Nós precisamos de captar os melhores. O nosso país tem um rácio superior à média europeia em termos de médicos por 100 mil habitantes. No entanto, eles não estão no SNS”, constatou.
O candidato presidencial considerou que “nós precisamos de ter um pacto de médio prazo e não um pacto de curto prazo” na saúde.
João Cotrim de Figueiredo respondeu que “gostava de perceber o que é a ‘nova organização da saúde’”, ao que Seguro retorquiu que “a técnica” do liberal neste debate é fazer-lhe perguntas “para depois ganhar tempo”.
“O senhor na forma é exímio, e também no marketing. Deixe-me dar-lhe os parabéns. Mas isso não faz um presidente”, apontou o candidato apoiado pelo PS.
Cotrim de Figueiredo respondeu que "estamos num debate entre candidatos à Presidência da República e acho que temos o direito de saber o que é que as pessoas defendem".
Cotrim diz que promulgaria Lei da Nacionalidade
Ao abordar a decisão do Tribunal Constitucional de chumbar a alteração à lei penal integrada na nova legislação sobre a nacionalidade, o candidato da área liberal considerou que esta "já era esperada" e que o TC decidiu "bem".
Quanto ao chumbo de outras normas consideradas inconstitucionais, Cotrim de Figueiredo classificou-o como "o normal funcionamento das instituições".
Das oito normas de que foi pedida fiscalização, três foram aprovadas e, das cinco chumbadas, só uma lhe pareceu interessante discutir: a que abrange o impedimento de atribuição da nacionalidade a pessoas condenadas por crimes que ao abrigo da lei portuguesa tenham pena superior a dois anos.
"A exigência de um registo criminal limpo não me parece extraordinária", considerou. Cotrim afirmou ainda esperar que, quando os partidos que apoiaram a lei tiverem de a rever em sede da Assembleia, "não entrem em braço de ferro com o TC".
O candidato referiu que assim "ninguém ganha", lamentando tal cenário já que a lei "é necessária".
António José Seguro passou ao ataque, manifestando-se "estupefacto" com a posição do adversário, porque "na Golegã" Cotrim de Figueiredo disse que "aprovaria esta lei", perante o silêncio do liberal.
"Em que é que ficamos?" questionou o candidato apoiado pelo Partido Socialista.
"Promulgava esta lei", respondeu Cotrim. "Estou esclarecido", retorquiu Seguro, perante um rival atrapalhado com a questão.
Ao abordar a decisão do Tribunal Constitucional de chumbar a alteração à lei penal integrada na nova legislação sobre a nacionalidade, o candidato da área liberal considerou que esta "já era esperada" e que o TC decidiu "bem".
Quanto ao chumbo de outras normas consideradas inconstitucionais, Cotrim de Figueiredo classificou-o como "o normal funcionamento das instituições".
Das oito normas de que foi pedida fiscalização, três foram aprovadas e, das cinco chumbadas, só uma lhe pareceu interessante discutir: a que abrange o impedimento de atribuição da nacionalidade a pessoas condenadas por crimes que ao abrigo da lei portuguesa tenham pena superior a dois anos.
"A exigência de um registo criminal limpo não me parece extraordinária", considerou. Cotrim afirmou ainda esperar que, quando os partidos que apoiaram a lei tiverem de a rever em sede da Assembleia, "não entrem em braço de ferro com o TC".
O candidato referiu que assim "ninguém ganha", lamentando tal cenário já que a lei "é necessária".
António José Seguro passou ao ataque, manifestando-se "estupefacto" com a posição do adversário, porque "na Golegã" Cotrim de Figueiredo disse que "aprovaria esta lei", perante o silêncio do liberal.
"Em que é que ficamos?" questionou o candidato apoiado pelo Partido Socialista.
"Promulgava esta lei", respondeu Cotrim. "Estou esclarecido", retorquiu Seguro, perante um rival atrapalhado com a questão.
Candidatos de acordo quanto à gravidade da crise demográfica
Na eventualidade de ser eleito, o socialista garantiu que irá "cooperar institucionalmente com o Governo", reforçando que irá apresentar ao primeiro-ministro, nas reuniões semanais entre ambos, "os objetivos que considero essenciais".
Entre estes, Seguro elencou a necessidade de o país "criar riqueza" e um "Estado eficiente, organizado". "Sinto que o Estado está a abrir muitas frechas".
Quanto a recomendações de substituição de membros do Executivo, tal conversa será "privada", em nome da "solidariedade institucional", atitude à qual Cotrim de Figueiredo anuiu.
O candidato liberal afirmou igualmente que os presidentes "devem ter a obrigação de colaborarem institucionalmente com o Governo, de facilitarem a ação do Governo no exercício da sua atividade governativa" sendo ainda "exigentes nas reuniões que têm".
"A minha noção de intervenção é um bocadinho diferente", apontou, depois de invocar a necessidade de "conhecimento técnico" das propostas a discutir para pressionar o Executivo. Cotrim de Figueiredo quer que temas como Saúde, Educação, Migrações e Segurança, "não saiam da agenda de preocupação do Governo".
O futuro tem também de ser acautelado. "Um país que funcione hoje tem também de ser um país que funcione amanhã", afirmou, como a demografia ou os problemas da terceira idade. "Em 2050 vamos ter mais de um terço da nossa população com ais de 65 anos", lembrou.
Seguro aproveitou para esclarecer que "não serei um primeiro-ministro sombra em Belém" e lembrou a vantagem da sua experiência governativa que lhe permitiu conhecer bem o "sistema de governo". "Uma vantagem em relação ao meu adversário", afirmou.
Os dois concordaram na necessidade e na forma de responder à crise demográfica do país.
Na eventualidade de ser eleito, o socialista garantiu que irá "cooperar institucionalmente com o Governo", reforçando que irá apresentar ao primeiro-ministro, nas reuniões semanais entre ambos, "os objetivos que considero essenciais".
Entre estes, Seguro elencou a necessidade de o país "criar riqueza" e um "Estado eficiente, organizado". "Sinto que o Estado está a abrir muitas frechas".
Quanto a recomendações de substituição de membros do Executivo, tal conversa será "privada", em nome da "solidariedade institucional", atitude à qual Cotrim de Figueiredo anuiu.
O candidato liberal afirmou igualmente que os presidentes "devem ter a obrigação de colaborarem institucionalmente com o Governo, de facilitarem a ação do Governo no exercício da sua atividade governativa" sendo ainda "exigentes nas reuniões que têm".
"A minha noção de intervenção é um bocadinho diferente", apontou, depois de invocar a necessidade de "conhecimento técnico" das propostas a discutir para pressionar o Executivo. Cotrim de Figueiredo quer que temas como Saúde, Educação, Migrações e Segurança, "não saiam da agenda de preocupação do Governo".
O futuro tem também de ser acautelado. "Um país que funcione hoje tem também de ser um país que funcione amanhã", afirmou, como a demografia ou os problemas da terceira idade. "Em 2050 vamos ter mais de um terço da nossa população com ais de 65 anos", lembrou.
Seguro aproveitou para esclarecer que "não serei um primeiro-ministro sombra em Belém" e lembrou a vantagem da sua experiência governativa que lhe permitiu conhecer bem o "sistema de governo". "Uma vantagem em relação ao meu adversário", afirmou.
Os dois concordaram na necessidade e na forma de responder à crise demográfica do país.
Política dos EUA face à Europa esteve em debate
Ao retomar a palavra, Cotrim de Figueiredo recordou os "35 anos de experiência profissional” que possui.
"Se tivesse dez anos de experiência em iniciativa privada saberia com certeza que esse tipo de incentivos fiscais", como os que pretendem levar as PME a fundirem-se e que já existem no código do IRS", "não funciona", desafiou o liberal.
A resposta está na celeridade e desburocratização dos investimentos, considerou, "com códigos fiscais muito mais simples".
Um tema que assinalou a diferença de projetos económicos de futuro de ambos os candidatos.
Os dois concordaram contudo na análise à política norte-americana face à Europa. Seguro afirmou que os "Estados Unidos não têm de se envolver na política interna europeia", defendendo que a Europa deve "aprofundar a sua autonomia estratégica" e Cotrim de Figueiredo disse acreditar que o presidente Donald Trump tem medo da união e da força da União Europeia, se esta se conseguir organizar.
Ao retomar a palavra, Cotrim de Figueiredo recordou os "35 anos de experiência profissional” que possui.
"Se tivesse dez anos de experiência em iniciativa privada saberia com certeza que esse tipo de incentivos fiscais", como os que pretendem levar as PME a fundirem-se e que já existem no código do IRS", "não funciona", desafiou o liberal.
A resposta está na celeridade e desburocratização dos investimentos, considerou, "com códigos fiscais muito mais simples".
Um tema que assinalou a diferença de projetos económicos de futuro de ambos os candidatos.
Os dois concordaram contudo na análise à política norte-americana face à Europa. Seguro afirmou que os "Estados Unidos não têm de se envolver na política interna europeia", defendendo que a Europa deve "aprofundar a sua autonomia estratégica" e Cotrim de Figueiredo disse acreditar que o presidente Donald Trump tem medo da união e da força da União Europeia, se esta se conseguir organizar.
Seguro nega "encontros informais" com Ventura
No início do debate, António José Seguro aproveitou para fazer uma “clarificação” relativa ao debate de segunda-feira entre André Ventura e Henrique Gouveia e Melo, no qual o líder do Chega “insinuou que tinha tido encontros informais” com o socialista.
“Eu quero dizer que isso é completamente falso. Se ele entende que deve andar de braço dado em almoços secretos com Henrique Gouveia e Melo, isso é um problema do deputado André Ventura. Agora a política, na minha opinião, não se faz assim. Faz-se com clareza, faz-se com transparência, não se faz com insinuações”, vincou.
“Eu quero dizer que isso é completamente falso. Se ele entende que deve andar de braço dado em almoços secretos com Henrique Gouveia e Melo, isso é um problema do deputado André Ventura. Agora a política, na minha opinião, não se faz assim. Faz-se com clareza, faz-se com transparência, não se faz com insinuações”, vincou.