"Defesa de valores democráticos". António Filipe adverte contra anúncio da IL de revisão constitucional
Foto: Gonçalo Costa Martins - Antena 1
O ex-deputado do PCP António Filipe deixou, em entrevista à RTP3, uma crítica ao desempenho de José Pedro Aguiar-Branco na última legislatura na sua função de presidente da Assembleia da República. António Filipe prometeu também empenho do partido no combate a uma possível revisão da Constituição entretanto atirada para cima da mesa pela Iniciativa Liberal.
O ex-deputado do PCP criticou Aguiar-Branco, apontando "comportamentos que não prestigiaram a Assembleia da República e que não tiveram do presidente da Assembleia da República a atitude que seria desejável".
Na sua opinião, o social-democrata teve "excessiva permissividade" e deu o exemplo "das faixas colocadas nas janelas [por parte do Chega]" defendendo que "os trabalhos deveriam ter sido interrompidos".
"No lugar dele não teria feito da mesma maneira".
"Sobre a moção de rejeição apresentada ao Governo, António Filipe explica que, ao contrário de outros países, ou nos Açores e na Madeira, o Programa do Governo nunca é votado, pelo que "é importante que haja uma clarificação".
"Saber quem está com o Governo e quem está contra o Governo", sublinha o ex-deputado comunista, defendendo que é importante "para que os portugueses saibam com que apoios e oposição o Governo pode contar" e "esta é a única forma de o fazer".
Sublinhando que "o Governo tem legitimidade para se apresentar a governar e que o PCP sabe que não vai fazer cair o Governo no primeiro dia", António Filipe sublinha que a iniciativa comunista visa unicamente essa clarificação de posicionamento de forças no Parlamento.
"Isso é importante".
Em relação à perda de um deputado pela CDU (PCP mais Verdes), o ex-deputado comunista lembra que "foi por escassas centenas de votos que o PCP não manteve a sua representação de quatro deputados" e promete agora um "trabalho persistente, uma intervenção política determinada do partido".
António Filipe lembra que há muitos anos que o PCP não é maioritário no Alentejo, que era no pós 25 de Abril composto por assalariados agrícolas, alterou agora a sua estrutura sócio-económica. Dizendo que no PCP estão "virados para o futuro, não para o passado (...) e estamos convictos de que é possível trabalhar com as pessoas de agora para elevar a sua consciência social para que tenham outra opção de voto mais positivo para as suas condições de vida".