Deputados do PSD vão pedir ao TC fiscalização sucessiva de normas da Lei da Morte Medicamente Assistida

por RTP
Mohammed Salem - Reuters

Um grupo de deputados do PSD apresenta esta semana ao Tribunal Constitucional (TC) um pedido de declaração de inconstitucionalidade de um conjunto de normas da Lei da Morte Medicamente Assistida. O requerimento a ser entregue pede que o Tribunal "aprecie o processo com prioridade e urgência".

O grupo de deputados que saber se a lei, no geral, é ou não constitucional. Levantam ainda dúvidas sobre cerca de 20 artigos e regras. O documento deve seguir para o Palácio Ratton até ao final desta semana. O PSD tinha dito no dia da votação que iria fazer este pedido de fiscalização. 

A lei sobre a morte medicamente assistida foi aprovada em maio pela Assembleia da República após sucessivos vetos presidenciais. Já foi publicada mas falta regulamentar.

“O objeto principal do pedido de declaração de inconstitucionalidade diz respeito à questão central, que se prende com a inconstitucionalidade em si mesma da regulação legal da Morte Medicamente Assistida (o que determina a inconstitucionalidade de todo o diploma), assente no princípio da inviolabilidade da vida humana, de acordo com o qual não existe um direito fundamental à morte autodeterminada”, referem os deputados.
São necessárias 23 assinaturas para que o pedido de fiscalização tenha luz verde.
“Para responder de forma compassiva às situações dramáticas de sofrimento em fim de vida, o legislador tem alternativas que afetam muito menos gravemente o direito à vida (desde logo, a universalização dos cuidados paliativos, que está muito longe de ocorrer), pelo que a regulação legal da Morte Medicamente Assistida viola também o princípio da proporcionalidade”, referem.

Os deputados sociais-democratas argumentam que, se este primeiro pedido de inconstitucionalidade não for aceite pelo Tribunal Constitucional, sejam analisadas "várias dezenas" de normas constantes do diploma “por violação da proibição constitucional do défice de proteção da vida humana”.

O requerimento termina com um pedido ao TC para que “aprecie o processo com a máxima prioridade e urgência”.
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